Milhares marcham em Buenos Aires para pedir justiça por triplo feminicídio

AFP
Milhares marcharam por justiça no caso das três mulheres assassinadas na Argentina Foto: AFP

Milhares de pessoas marcharam neste sábado (27) na capital argentina para exigir justiça por um triplo feminicídio que chocou a sociedade e cujos supostos vínculos com o narcotráfico estão sendo investigados.

Familiares de Morena Verdi, de 20 anos, sua prima Brenda del Castillo, de 20, e Lara Gutiérrez, de 15, que foram torturadas e esquartejadas em um ato “de lição” de uma quadrilha criminosa, pediram justiça em uma manifestação acompanhada por movimentos feministas, partidos de esquerda e milhares de pessoas, constatou a AFP.

Os rostos das três vítimas estampados em cartazes, fotografias e camisetas acompanharam uma ruidosa marcha onde os tambores dos movimentos feministas soaram furiosamente ao grito de “Nós queremos estar vivas!”.

A Justiça já deteve cinco supostos envolvidos – três homens e duas mulheres – e divulgou a fotografia do suposto líder que ordenou o assassinato das mulheres, um jovem peruano de 20 anos.

As três foram vistas pela última vez na sexta-feira, 19, quando embarcaram em um veículo supostamente enganadas com uma oferta de trabalho sexual. Foram levadas para uma casa na periferia sul de Buenos Aires onde foram torturadas, assassinadas e posteriormente enterradas. Seus corpos foram encontrados cinco dias depois, na quarta-feira, 24.

De acordo com o ministro da Justiça da província de Buenos Aires, Javier Alonso, as vítimas acreditavam que estavam indo para uma festa. A sessão de tortura e os assassinatos foram transmitidos por redes sociais para um grupo fechado de 45 pessoas, revelou o funcionário, ao qualificar o ato como “uma lição” devido a um suposto roubo de drogas.

O último detido foi preso na noite de sexta-feira na cidade boliviana de Villazón, em um hotel a 600 metros da província argentina de Jujuy, graças à colaboração policial entre os dois países, informou o Ministério da Segurança argentino.