Milhares de apoiadores da líder birmanesa Aung San Suu Kyi participaram, neste sábado, de uma manifestação na capital Naypyidaw para apoiá-la um dia antes de sua viagem a Haia, onde defenderá seu país da acusação de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (CIJ).

Essa manifestação ocorre no momento em que o ministro das Relações Exteriores da China chega à Mianmar, convidado por Suu Kyi, chefe de fato do governo birmanês.

Segundo analistas, o direito de veto que confere à China seu status de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU faz de Pequim um forte aliado de Mianmar, que enfrenta crescente pressão legal sobre o destino da minoria muçulmana rohingya.

A Gâmbia iniciou uma ação legal no CIJ contra Mianmar por “atos de genocídio” e as audiências estão programadas para 10 a 12 de dezembro.

Desde agosto de 2017, cerca de 740.000 rohingyas se refugiaram em Bangladesh para fugir das ações do exército birmanês e das milícias budistas, descritas como “genocídio” por especialistas das Nações Unidas.

As autoridades birmanesas sustentam, entretanto, que os militares reagiram apenas aos ataques da rebelião rohingya e que não houve depuração étnica nem genocídio.