Milhares de pessoas fogem diariamente do Sudão, quase um ano após o início da guerra, “como se a situação de emergência tivesse começado ontem”, alertou nesta terça-feira (9) a ONU.

O conflito neste país pobre do leste da África forçou cerca de 1,8 milhão de pessoas a fugir do país. A guerra, que começou em 15 de abril de 2023, também provocou 6,7 milhões de deslocados.

“Um ano depois, a guerra no Sudão continua causando estragos, e o país e seus vizinhos enfrentam uma das maiores e mais difíceis crises humanitárias e de migração do mundo”, disse a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Olga Sarrado Mur.

“O atual conflito destruiu a vida das pessoas, fazendo com que elas experimentem medo e perda. Os ataques contra civis e a violência sexual e de gênero relacionada ao conflito não dão trégua”, acrescentou durante uma coletiva de imprensa em Genebra.

“O Sudão sofreu a destruição quase completa de sua classe média urbana: arquitetos, médicos, professores, enfermeiros, engenheiros e estudantes perderam tudo”, enfatizou.

Os combates, travados entre o Exército do general Abdel Fattah al Burhane e as Forças de Apoio Rápido do general Mohamed Hamdane Daglo, antigo número dois do governo, deixaram milhares de mortos e uma grave catástrofe humanitária, segundo a ONU.

“Milhares de pessoas atravessam diariamente a fronteira, como se a situação de emergência tivesse começado ontem”, indicou Sarrado Mur.

A maioria dos que fogem do país, mulheres e crianças, chegam em áreas remotas do outro lado da fronteira “sem nada ou quase nada e com uma necessidade desesperada de comida, água, abrigo e cuidados médicos”, concluiu.

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