Milhares de sírios deslocados pelos bombardeios na província de Idlib e arredores retornaram a suas cidades após o anúncio de um acordo Rússia-Turquia sobre o último grande reduto insurgente na Síria.

Há várias semanas o regime sírio reunia reforços nas proximidades de Idlib, região do noroeste próxima da fronteira com a Turquia, em preparação para uma possível ofensiva.

Ao mesmo tempo, bombardeios esporádicos do regime e de sua aliada Rússia mataram dezenas de civis, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Mais de 30.000 pessoas fugiram de suas localidades pela violência no sul da província ou na zona norte da região vizinha de Hama, segundo a ONU.

Moscou e Ancara, aliado dos rebeldes, anunciaram na segunda-feira a criação de uma “zona desmilitarizada” em Idlib, afastando a perspectiva de uma ofensiva.

Desde o anúncio, “mais de 7.000 deslocados retornaram para suas cidades e vilarejos, em particular no sudeste de Idlib e norte de Hama”, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Algumas localidades ficam na futura zona desmilitarizada, que servirá como uma área de separação entre os territórios insurgentes de Idlib e as zonas governamentais das proximidades.

O retorno dos deslocados começou antes mesmo do anúncio de segunda-feira, aproveitando a relativa calma na província, mas o ritmo acelerou após o acordo, explicou Abdel Rahman.

Quase três milhões de pessoas – metade deslocados – vivem na província de Idlib e em zonas insurgentes das províncias vizinhas de Hama, Aleppo ou Latakia, segundo a ONU.