Milhares de pessoas voltaram a se manifestar, neste sábado (18), em várias cidades europeias em apoio aos palestinos e para pedir um cessar-fogo em Gaza no 43º dia da guerra entre o movimento islamista palestino Hamas e Israel.

Em Londres, várias concentrações e marchas foram organizadas. No norte da capital inglesa, centenas de pessoas se manifestaram perto da sede do líder opositor, o trabalhista Keir Starmer, criticado por parte da população por se negar a reivindicar um cessar-fogo em Gaza.

Assim como o primeiro-ministro, o conservador Rishi Sunak, Starmer pediu pausas para permitir o fornecimento de ajuda humanitária.

“Estamos aqui para pressionar o governo e Keir Starmer como líder do partido trabalhista para que pressionem o governo israelense a [instaurar] um cessar-fogo”, declarou à AFP um manifestante chamado Aziz, que não quis revelar seu sobrenome.

Na França, os manifestantes pró-palestinos marcharam pelo terceiro fim de semana consecutivo.

Segundo o sindicato CGT, que pediu à população para se manifestar pela paz, 100.000 pessoas foram às ruas do país, das quais 60.000 apenas em Paris, apesar da chuva.

Bertrand Helibronn, presidente da associação France Palestine Solidarité, fez alusão ao “sofrimento indescritível do povo palestino” e pediu “o fim dos bombardeios”, “das ofensivas terrestres” e a “suspensão do bloqueio” a que o território palestino é submetido.

Em Portugal, milhares de pessoas marcharam pelo centro de Lisboa atrás de um cartaz que dizia “Palestina livre”.

“Estou aqui para apoiar o povo palestino, que tem direito a ter um Estado” próprio, para “pressionar os governos ocidentais a retirarem seu apoio político, diplomático, econômico e militar a Israel” e para pedir que pare o “genocídio”, disse Rui Faustino, um bibliotecário de 49 anos, que usava um keffieh (echarpe palestina) preto e branco.

– Velas e minuto de silêncio –

Em Amsterdã, nos Países Baixos, foram realizadas duas manifestações à tarde a alguns quilômetros de distância: uma para pedir o cessar-fogo em Gaza e outra, a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas.

As manifestações transcorreram “em calma”, disse um porta-voz da polícia à agência de notícias holandesa ANP.

Na cidade suíça de Genebra, cerca de 4.000 pessoas, segundo os organizadores, participaram de uma passeata até a sede europeia da ONU, atrás de um cartaz que dizia: “Parem o genocídio em Gaza”.

Os manifestantes acenderam velas e as colocaram no chão, desenhando o mapa de Gaza. Também estenderam uma enorme bandeira palestina e fizeram um minuto de silêncio em memória das vítimas.

Na Polônia, centenas de pessoas se manifestaram no centro de Varsóvia e se reuniram em frente à embaixada de Israel, sem o registro de incidentes.

Também foi realizada uma manifestação em Istambul, onde uma centena de pessoas acenderam sinalizadores em frente à embaixada israelense, cujo pessoal deixou a Turquia no mês passado por razões de segurança.

A guerra entre Israel e o Hamas teve início após o ataque de comandos do movimento islamista em 7 de outubro em solo israelense, que deixou 1.200 mortos (a maioria civis), segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel lançou uma campanha de bombardeios na Faixa de Gaza, que já deixou 12.300 mortos, sobretudo civis, incluindo 5.000 crianças, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

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