10/11/2019 - 14:37
Milhares de pessoas participaram, neste domingo, de uma marcha contra a islamofobia, o que dividiu a esquerda e levantou críticas do governo centrista francês e da extrema direita.
“Sim às críticas à religião, não ao ódio do fiel”, “parem a islamofobia”, “viver juntos é urgente”, foram alguns dos dizeres presentes nos cartazes de manifestantes em meio a muitas bandeiras francesas.
A convocação para o protesto foi lançada em 1º de novembro no jornal “Libération”, quatro dias após o ataque a uma mesquita em Bayonne (sudoeste). O contexto é de debate revivido sobre o direito de usar o véu e o secularismo militante histórico da sociedade francesa.
“Solidariedade com as mulheres que usam o véu”, cantou a multidão, estimada em 13.500 pessoas, segundo a empresa Occurence, que fez a contagem para um grupo de imprensa, incluindo a AFP.
Segundo a prefeitura da polícia de Paris, cerca de 10.500 pessoas participaram do ato.
“Chegamos a alertar que há um nível de ódio que não deve ser excedido. Estamos abertos a críticas, mas não devemos exceder certos limites de agressão”, afirmou Larbi, um empresário de 35 anos.
“Queremos ser ouvidos, advogar por uma sociedade mista e viver juntos, não ser separados da sociedade”, disse Asmae Eumoid, mulher de 29 anos que vive nos subúrbios de Paris.
O clima também foi afetado por uma série de ataques jihadistas na França nos últimos anos, os quais deixaram mais de cem mortos.