Milhares de pessoas compareceram, nesta segunda-feira (24), ao funeral em Ahvaz das vítimas do atentado cometido no sábado (22) durante uma parada militar nesta cidade no sudoeste do Irã.

Segundo o último balanço das autoridades locais, 24 pessoas morreram, e 60 ficaram feridas, quando um comando abriu fogo durante um desfile militar assistido por um grande número de espectadores.

De acordo com as autoridades, os quatro agressores foram mortos.

O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta segunda que os autores do atentado foram “financiados pelos sauditas e pelos Emirados Árabes Unidos”.

“De acordo com as informações de que dispomos, este ato covarde foi obra dos mesmos indivíduos que, a cada vez que se veem em dificuldade na Síria e no Iraque, são socorridos pelos americanos, e que são financiados pelos sauditas e pelos Emirados Árabes Unidos”, denunciou Khamenei, segundo seu site oficial.

O líder iraniano não deu mais detalhes sobre os supostos autores do ataque.

Até o momento, as autoridades iranianas pareciam privilegiar a pista dos separatistas árabes do Khuzistão, a província da qual Ahvaz é a capital. Mas esses grupos não estão presentes na Síria, ao contrário do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que reivindicou o atentado.

O Khuzistão foi devastado pela guerra travada entre Irã e Iraque (1980-1988). Durante o conflito, a população permaneceu leal ao governo iraniano, frustrando os planos do então ditador iraquiano, Saddam Hussein, que esperava anexar a região e se apoderar de suas reservas de petróleo.

Nesta segunda-feira, uma multidão em luto se reuniu em frente à mesquita Sarollah, no centro de Ahvaz, na presença do ministro da Inteligência e da Segurança Nacional, Mahmud Alavi, constataram jornalistas da AFP no local.

O funeral foi organizado para 12 das 24 vítimas, segundo a televisão estatal.

Enquanto aguardava a chegada dos caixões, a multidão agitava faixas com mensagens em persa e em árabe, entre várias bandeiras do Irã.

“Vamos conduzir uma terrível vingança contra os nossos inimigos, e eles sabem disso”, afirmou o general Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária, o Exército ideológico da República Islâmica.

“Como diz o Alcorão, cabeças vão rolar. Onde quer que estejam, vamos encontrá-los e puni-los”, prometeu.

Ahvaz, cerca de 560 km ao sul de Teerã, é a capital do Juzestão, uma região rica em petróleo com uma população majoritariamente árabe.

O Irã acusa um grupo separatista árabe, a Arábia Saudita, outros Estados árabes do Golfo, os Estados Unidos e Israel de estarem por trás desse ataque, que foi, por sua vez, reivindicado pelo Estado Islâmico (EI).