Milhares de pessoas participaram nesta quarta-feira (7) à noite em várias cidades do Reino Unido em marchas antirracistas, em rejeição às violentas manifestações de extrema direita que abalam o país há uma semana.

Durante o dia, as forças de segurança temiam dezenas de novas manifestações racistas e islamofóbicas e possíveis atos violentos, especialmente contra mesquitas e hotéis que abrigam migrantes.

Mas, no final da tarde, manifestantes antirracistas se reuniram em várias cidades.

Milhares de pessoas marcharam no bairro londrino de Wolthamstow, onde havia sido anunciada uma manifestação de extrema direita, constatou um jornalista da AFP.

Os manifestantes, liderados por ativistas da associação Stand Up To Racism, entoaram slogans como “De quem são as ruas? Nossas!” e seguraram cartazes que diziam “Parem a extrema direita” e “Refugiados, bem-vindos”.

Em Birmingham, no centro da Inglaterra, centenas de pessoas se reuniram em frente a um centro de ajuda a imigrantes.

Em imagens gravadas pela AFP, é possível ouvir os presentes entoando slogans como “Diga alto e claro, os refugiados são bem-vindos aqui”. Alguns exibiam cartazes com a frase “O fascismo não é bem-vindo”.

Também foram organizadas manifestações em Bristol, no oeste, e em Liverpool, no norte, ao redor de um prédio de uma associação de ajuda aos solicitantes de asilo.

Houve também concentrações em Brighton, no sul, em Sheffield e Newcastle, no norte, e em Oxford, no centro.

Há uma semana, o Reino Unido tem sido cenário de uma série de manifestações violentas convocadas, segundo as autoridades, por grupos de extrema direita, após um ataque com faca que tirou a vida de três meninas em uma festa em Southport, no noroeste da Inglaterra.

Os distúrbios foram alimentados por rumores e especulações na internet sobre a identidade do suspeito, falsamente apresentado como um solicitante de asilo muçulmano.

A polícia informou, no entanto, que o suspeito era um jovem de 17 anos nascido no País de Gales e a mídia britânica relatou que seus pais eram ruandeses.

Pelo menos 378 pessoas foram detidas desde o início dos distúrbios, segundo a polícia.

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