Milhares de opositores se manifestaram nesta sexta-feira (26) na Geórgia para exigir novas eleições, em um país imerso em uma crise política agravada pela prisão de um líder da oposição esta semana.

Segundo um correspondente da AFP, os manifestantes marcharam pela principal avenida de Tiflis, a capital, até chegar em frente ao Parlamento, erguendo bandeiras georgianas, americanas e europeias.

A manifestação foi liderada pelos dirigentes de todos os partidos da oposição.

A prisão, na terça-feira, de Nika Melia, chefe do Movimento Nacional Unido (MNU, principal força da oposição), reacendeu o confronto com o partido no poder, Sonho Georgiano.

O partido governante ganhou por uma pequena margem as legislativas de outubro, mas a oposição denunciou fraudes e pressões políticas, e desde então exige novas eleições.

“Estou na prisão, mas estou livre”, afirmou Nika Melia em uma mensagem lida para a multidão nesta sexta. “Lutamos pela liberdade e triunfaremos neste combate”, acrescentou.

“O movimento continuará até que o partido no poder liberte todos os presos políticos e anuncie eleições antecipadas”, alertou Badri Japaridzé, líder do partido Lelo.

Nata Shavishvli, um manifestante de 46 anos, afirmou que o opositor é um “símbolo da aspiração dos georgianos de construir um país democrático e europeu”.

Nika Melia é acusado de ter organizado atos “violentos em massa” durante as manifestações em 2019, o que ele nega.

Pouco antes de sua prisão – denunciada pelos aliados ocidentais da Geórgia -, o primeiro-ministro Guiorgui Gajaria renunciou, ilustrando as divergências que esta medida provocou no governo.