13/10/2023 - 15:19
Do Iraque ao Egito, passando por Líbano, Jordânia e Irã, milhares de pessoas se manifestaram, nesta sexta-feira (13), em vários países do Oriente Médio, em apoio aos palestinos da Faixa de Gaza, bombardeada há seis dias por Israel, em resposta à ofensiva lançada pelo movimento islamita Hamas em seu território.
“Não à ocupação! Não aos Estados Unidos!”, gritaram os manifestantes no centro de Bagdá, a capital iraquiana, depois que o líder xiita, Moqtada Sadr, convocou um protesto “em apoio a Gaza” e contra Israel, reportou um jornalista da AFP.
“Esta manifestação visa condenar o que está acontecendo na Palestina ocupada, o derramamento de sangue e a violação dos direitos”, declarou Abu Kayan, um dos organizadores do protesto.
A sitiada Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007, é alvo de bombardeios diários desde o último sábado, quando militantes do movimento islamita invadiram o território israelense a partir deste enclave, e mataram mais de 1.300 pessoas, a maioria civis.
Os bombardeios israelenses deixaram, até agora, mais de 1.799 mortos no empobrecido enclave de 362 km2, onde vivem mais de dois milhões de pessoas e que sofre um bloqueio israelense por terra, mar e ar desde 2007.
No Egito, vídeos postados nas redes sociais mostraram centenas de manifestantes repetindo palavras de ordem em solidariedade a Gaza perto da mesquita Al-Azhar, no Cairo.
“Os países árabes e muçulmanos têm o dever e a responsabilidade de proporcionar ajuda humanitária urgente e ajudar os palestinos de Gaza”, manifestou-se, em um comunicado, a Universidade de Al-Azhar, a maior instituição do islã sunita.
Também foram registrados protestos contra Israel no Irã, onde a população não é árabe, mas é muçulmana, de maioria xiita. A República Islâmica, inimiga declarada de Israel, apoia militar e financeiramente o Hamas.
Na capital, Teerã, os manifestantes tremularam bandeiras de seu país, do movimento xiita libanês Hezbollah e palestinas. Cartazes diziam “Abaixo os Estados Unidos” e “Abaixo Israel”, constatou um jornalista da AFP.
Protestos similares foram registrados em outras cidades, onde também foram queimadas bandeiras americanas e israelenses.
Na Jordânia, que assinou um tratado de paz com seu vizinho, Israel, em 1994, mais de 20.000 pessoas se reuniram no centro de Amã, perto da Grande Mesquita Al-Hussein, depois que a Irmandade Muçulmana convocou o protesto, juntamente com vários grupos de esquerda do país.
“O povo quer a libertação da Palestina”, repetiam em coro os manifestantes, que foram às ruas com bandeiras palestinas.
“É direito [dos palestinos] defender sua terra e seu povo”, gritou um dos participantes. “Repudiamos o enviesamento dos Estados Unidos”, a favor de Israel, acrescentou. Outras centenas de pessoas se manifestaram em várias cidades do país.
No Bahrein, país do Golfo, centenas de fiéis repetiam em coro “Morte a Israel!” e “Morte aos Estados Unidos!” antes das orações de sexta-feira na mesquita Diraz. Também foram convocados protestos no Catar.
Em Riade, capital da Arábia Saudita, país onde os protestos são proibidos, um jornalista da AFP viu um policial algemando um fiel que interrompeu as orações da sexta-feira para gritar ao imã: “Fale da Palestina! Gaza está debaixo de bombas!”.
No Líbano, fronteiriço com Israel, os apoiadores do Hezbollah, movimento xiita apoiado pelo Irã, se reuniram nos bairros do sul de Beirute para demonstrar apoio aos palestinos.
O vice-secretário-geral do movimento, Naim Qassem, disse que o Hezbollah estava “preparado” para apoiar o Hamas e intervir contra Israel.
No Iêmen foram organizados protestos nas principais cidades, entre elas Saná, controlada pelos rebeldes huthis, apoiados pelo Irã.
Na Argélia, cerca de 2.000 pessoas foram às ruas em solidariedade aos palestinos. Na Tunísia, as manifestações reuniram cerca de 1.000 pessoas.
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