Dezenas de milhares de ativistas antiaborto enfrentaram o frio nesta sexta-feira (24) para participar em Washington de uma passeata anual.
A 52ĀŖ ediĆ§Ć£o da Marcha pela Vida aconteceu um dia apĆ³s o presidente republicano indultar 23 ativistas antiaborto processados durante o governo do democrata Joe Biden.
Trump estava em viagem hoje Ć Carolina do Norte e CalifĆ³rnia, e se comunicou com os manifestantes por meio de um vĆdeo gravado. “No meu segundo mandato, voltaremos a defender com orgulho as famĆlias e a vida (…) Protegeremos os avanƧos histĆ³ricos que alcanƧamos”, prometeu.
Membros do grupo supremacista branco americano e neonazista Patriot Front foram vistos no desfile, portando bandeiras e imagens religiosas. Aos pĆ©s do cĆ©lebre obelisco da capital americana, seu lĆder, Thomas Rousseau, 26, ladeado por dois homens com o rosto coberto, defendeu, entre seus “princĆpios patriĆ³ticos”, a “reabilitaĆ§Ć£o da estrutura da famĆlia americana”.
A presenƧa de Rousseau nĆ£o agradou a alguns manifestantes. “Ser prĆ³-vida nĆ£o significa ser prĆ³-branco”, ressaltou o professor de filosofia da Carolina do Norte Greg Stearns, 36. “NĆ£o suporto vĆŖ-los aqui, transmitem uma mensagem equivocada.”
Segundo os organizadores da passeata, seu objetivo nĆ£o Ć© apenas mudar as leis federais e estaduais, “mas tambĆ©m mudar a cultura, para, em Ćŗltima instĆ¢ncia, tornar o aborto impensĆ”vel”.
O movimento “prĆ³-vida”, como seus ativistas se autodenominam, obteve uma vitĆ³ria histĆ³rica em junho de 2022, quando a Suprema Corte americana anulou a decisĆ£o “Roe v Wade”, que protegia o acesso ao aborto em nĆvel federal.
Trump costuma ressaltar que contribuiu para o fim da garantia constitucional do direito ao aborto, por ter nomeado em seu primeiro mandato trĆŖs juĆzes conservadores para a Suprema Corte.
Desde meados de 2022, muitos estados conservadores proibiram ou limitaram o recurso da interrupĆ§Ć£o voluntĆ”ria da gravidez.