Por outro lado, outros milhares de pessoas, embora em menor número, foram às ruas se manifestar contra negacionistas da pandemia e a favor das vacinas. Alemanha registrou neste domingo recorde de incidência de covid-19.Milhares de pessoas na Alemanha protestaram neste sábado (15/01) contra as medidas anticovid impostas pelo governo. Outros milhares se reuniram para se manifestar contra os negacionistas da pandemia.

Um dos maiores protestos ocorreu em Düsseldorf, onde, segundo a polícia, o ato contra as medidas de restrição teve a participação de até 7.000 pessoas – a maioria pacificamente.

Em Hamburgo, mesmo com a proibição da polícia, um protesto contra as medidas anticovid e a vacinação teve a presença de 3.000 pessoas. O ato havia sido barrado pelas autoridades pelo temor de disseminação do coronavírus. A maioria dos manifestantes não usava máscaras e houve brigas, segundo a polícia

Em outro ponto de Hamburgo, mais de 2.900 pessoas se reuniram para um protesto contra os teóricos da conspiração e os contrários à vacinação. Sob o slogan “Solidariedade e esclarecimento em vez de ideologias de conspiração” eles carregaram cartazes e faixas.

Na cidade de Freiburg, no estado de Baden-Württemberg, também houve dois protestos opostos: um contra e um a favor das medidas anticovid.

Cerca de 2.500 pessoas protestaram contra os negacionistas, disse a polícia local. Ao mesmo tempo, aproximadamente 6.000 outras pessoas se manifestaram contra as medidas para conter o coronavírus.

Outras cidades alemãs que registraram protestos contra as restrições foram Schwerin, Flensburg, Osnabrück, Lüneburg, Uelzen Munique e Fürth.

Alemanha cogita obrigatoriedade de vacina

Os protestos ocorrem em meio a incidência recorde de covid-19 na Alemanha, que neste domingo ultrapassou pela primeira vez os 500 casos a cada 100.000 habitantes.

O governo alemão pretendia vacinar 80% da população até o final de janeiro. No entanto, diante da resistência de parte dos alemães, pouco mais de 72% foram totalmente vacinados contra o coronavírus – 45% deles já recebeu a terceira dose.

O chanceler federal, Olaf Scholz, recentemente defendeu em discurso no Parlamento a obrigatoriedade da vacina. Pesquisas de opinião mostram que a maioria das pessoas na Alemanha apoia a iniciativa. No entanto, uma minoria barulhenta continua se manifestado contra.

O ministro da Saúde, Karl Lauterbach, alertou neste domingo para um possível alto número de mortes nas próximas semanas e lotação dos hospitais. “Estamos ameaçados com semanas muito difíceis na Alemanha”, disse em entrevista ao jornal Bild am Sonntag.

No momento, os infectados são, sobretudo, jovens com muitos contatos. No entanto, assim que os idosos forem infectados, o número de internações aumentará novamente, segundo Lauterbach.

Desta forma, há risco de escassez de leitos nas unidades de terapia intensiva (UTIs) e nas enfermarias. Esse cenário é ainda mais grave porque a Alemanha, em comparação com outros países, tem uma população muito mais idosa, com muitos doentes crônicos. Isso é “risco de incêndio”, disse o ministro.

Protestos em outros países

Também neste fim de semana, protestos contra restrições ocorreram em outros países europeus, incluindo Itália, Áustria, Holanda e França, nações que também implementarem rígidas restrições para conter a covid-19.

Na Áustria, cerca de 27 mil pessoas foram às ruas contra a obrigatoriedade de vacinas, que deve entrar em vigor a partir de fevereiro.

Em Amsterdã, capital da Holanda, milhares de pessoas se reuniram para protestar contra as restrições impostas pelo governo, incluindo agricultores que vieram do interior com vários tratores.

Depois de quase quatro semanas, o governo holandês suspendeu parcialmente no sábado um estrito bloqueio

Lojas, cabeleireiros e clubes esportivos puderam reabrir após quase quatro semanas. No entanto, restaurantes, museus, teatros e cinemas devem permanecer fechados.

le (dpa, ots)