O presidente argentino, Javier Milei, informou, nesta segunda-feira (18), que rejeita parte da declaração final que os líderes do G20 devem adotar na terça-feira, ao final da cúpula do grupo no Rio de Janeiro, anunciou seu gabinete.

Milei assegurou que o texto terá a assinatura da Argentina, mas “não acompanha” temas como “a limitação da liberdade de expressão nas redes sociais” ou a “noção de que uma maior intervenção estatal é a forma de lutar contra a fome”, segundo um comunicado oficial.

“No combate destes flagelos, o presidente Javier Milei tem uma posição clara: se quisermos lutar contra a fome e erradicar a pobreza, a solução está em colocar o Estado de lado”, acrescentou.

A cúpula do G20, que reúne as maiores economias do planeta no Rio de Janeiro, busca alcançar um consenso sobre a declaração final na terça-feira, no encerramento do evento.

A Argentina se somou com reservas à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada nesta segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após abrir a cúpula.

Recentemente, Milei retirou sua delegação das negociações climáticas na COP29 sobre as mudanças climáticas em Baku, no Azerbaijão. A Cúpula Íbero-americana do Equador também terminou sem consenso na sexta-feira passada pelas objeções de Buenos Aires.

A Argentina também foi o único país que votou, na semana passada, contra uma resolução da ONU, que denuncia a violência online contra mulheres e meninas, bem como outra que visa proteger os direitos dos povos indígenas.

Milei e Lula, que mantêm uma relação tensa desde antes de o argentino assumir a Presidência, em dezembro, tiveram um encontro protocolar no Rio.

Os dois líderes mal trocaram olhares e posaram diante das câmeras com os semblantes sérios e distantes, diferentemente dos demais líderes recebidos pelo anfitrião.

 

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