Personalidades argentinas da cultura e da política se solidarizaram nesta sexta-feira (16) com a cantora Lali Espósito, acusada pelo presidente, Javier Milei, de enriquecer “às custas da fome das crianças”, por sua participação em festivais com subsídio estatal.

O produtor e compositor Bizarrap, as cantoras María Becerra, Tini Stoessel, Cazzu, Nicki Nicole e o ex-líder da banda Divididos, Ricardo Mollo, fazem parte da longa lista de artistas que manifestaram apoio à cantora.

Membros do partido de direita Proposta Republicana (PRO), aliado do presidente ultraliberal, também expressaram apoio à artista que ganhou fama ainda criança nas novelas “Casi Ángeles” e “Chiquititas”.

“Respeito, embora não compartilhe, que o seu plano (de governo) dê as costas ou não priorize a cultura, mas acredito que a demonização de uma indústria e das pessoas que a compõem não é o caminho. Sinto que a assimetria de poder entre você e àqueles que ataca por pensar diferente, além das informações falsas, tornam seu discurso injusto e violento”, respondeu Espósito em carta ao presidente nas redes sociais.

O presidente respondeu hoje: “O problema aqui não é uma atriz. É uma arquitetura cultural desenhada para sustentar o modelo que beneficia os políticos. Bom, viemos para acabar com isso.”

Milei a criticou publicamente várias vezes desde que a militante feminista publicou uma mensagem na qual afirmou que era “perigoso e triste que existam pessoas que votem em um antidireito”, após sua vitória eleitoral em agosto.

Em entrevista à emissora La Nación+, o presidente também fez trocadilho com seu sobrenome e a palavra ‘depósito’. Nas redes sociais afirmou: “Além disso, dizem que ‘a grande artista’ não canta, mas usa play-back”.

Lali Espósito, de 32 anos, começou como atriz aos 10 anos. Estudou teatro e cinema antes de iniciar a carreira musical, participar de turnês internacionais com Katy Perry, Camila Cabello e Ricky Martin, além de compor e lançar cinco álbuns solo.

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