O candidato de extrema direita à Presidência da Argentina, Javier Milei, foi denunciado à justiça criminal, nesta quarta-feira (4), por sua adversária conservadora Patricia Bullrich, a quem ele acusou de colocar bombas em jardins de infância e de pertencer à guerrilha Montoneros nos anos 1970.

“Você sabe que mentiu. O denunciei para que a verdade seja conhecida. Não vale tudo por um voto na vida, sobretudo algo grave que afeta a mim, minha família e meus netos. Devemos concorrer sem mentir”, disse Bullrich, candidata do Juntos pela Mudança, na rede X, antigo Twitter.

Milei havia dito em entrevista na televisão que Bullrich “era uma montonera atiradora de bombas”. “Colocou bombas em jardins de infância, participava de uma organização terrorista”, declarou o candidato do Liberdade Avança, apontado pelas pesquisas como favorito no primeiro turno das eleições presidenciais de 22 de outubro.

“Javier Milei ultrapassou o âmbito do exercício do direito à liberdade de expressão”, afirma o texto de uma das denúncias de Bullrich, publicado pela Infobae.

As manifestações do deputado e candidato “tiveram como objeto não apenas obter uma vantagem eleitoral baseada em mentiras, como também incitar a geração de ódio por razões políticas e destruir ou prejudicar o exercício de meus direitos políticos e, ao mesmo tempo, a igualdade de tratamento na esfera da discussão democrática”.

Bullrich, hoje com 67 anos, foi militante da Juventude Peronista, mas nega ter feito parte do grupo guerrilheiro Montoneros, do qual seu cunhado Rodolfo Galimberti foi um líder de destaque. A organização entrou na clandestinidade em 1974, sob o governo democrático de Isabel Perón.

Nas primárias partidárias de 13 de agosto, o partido de Milei foi o mais votado (29,8%), seguido pelo Juntos pela Mudança de Bullrich (28%) e a formação no poder, o União pela Pátria, pelo qual concorre o ministro da Economia, Sergio Massa (27,2%).

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