O presidente argentino, Javier Milei, afirmou neste sábado (16) que seu governo busca reunir fundos no valor de 15 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e investidores privados, a fim de eliminar o controle de câmbio vigente no país.

A ideia, que havia sido considerada como uma possibilidade pelo presidente em ocasiões anteriores, implicaria aumentar a quantidade de dinheiro que a Argentina deve ao FMI, organismo com o qual Buenos Aires já possui um programa de crédito de 44 bilhões de dólares.

“Estamos trabalhando nisso”, respondeu Milei quando questionado durante uma entrevista à Rádio Mitre. O presidente explicou que o capital pode vir “de uma negociação que inclua o FMI, outros países e fundos de investimento estrangeiros”.

“Quanto mais rápido conseguirmos, mais rápido levantaremos a trava”, disse Milei, referindo-se ao controle cambial vigente desde 2019, que limita o acesso a dólares em um país com histórica alta inflação, onde a moeda americana atua como um valor de refúgio.

O governo ultraliberal de Milei, que assumiu em dezembro, está realizando um ajuste fiscal drástico para alcançar este ano a meta de déficit zero nas finanças públicas, comprometida com o FMI.

O ajuste, que inclui uma forte redução nos gastos públicos, prevê privatizações e até mesmo o fechamento de órgãos estatais, foi acompanhado por uma desvalorização do peso que aumentou ainda mais a inflação, atualmente em quase 280% em 12 meses, embora com uma notória desaceleração no ritmo de subida de preços nos primeiros dois meses do ano.

A expectativa é que “no meio do ano poderíamos levantar a trava”, explicou Milei ao se referir à busca de fundos para respaldar uma eventual demanda massiva de dólares. “Se me dessem 15 bilhões (de dólares), levantaríamos agora”, disse.

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