MILÃO, 18 OUT (ANSA) – O projeto para evitar o desperdício de alimentos da cidade de Milão, na Itália, foi um dos vencedores do Earthshot Prize, o prêmio criado pelo príncipe William e pelo ambientalista britânico David Attenborough que quer ser um “Nobel” do meio ambiente.   

Os vencedores foram anunciados em um evento de gala realizado em Londres na noite deste domingo (17) e distribuiu 1 milhão de libras esterlinas (cerca de R$ 7,5 milhões) para cada vencedor.   

Ao todo, foram 750 projetos inscritos e cinco premiações.   

A cidade italiana foi a vencedora na categoria “Construir um mundo livre de desperdício” por conta da criação de centros de resíduos alimentares, que recuperam alimentos que seriam descartados por supermercados ou pelas cozinhas de grandes empresas por não se encaixarem nos padrões e os entrega para organizações sem fins lucrativos e entidades que ajudam pessoas necessitadas.   

Instalado em 2019, o projeto quer reduzir pela metade o desperdício de comida em Milão até 2030. Segundo a premiação, o reconhecimento ocorre porque essa é a “primeira grande cidade do mundo a aplicar uma política pública sobre o desperdício de alimentos, abrangendo órgãos públicos, bancos de alimentos, instituições de caridade, ONGs, universidades e empresas privadas”.   

Com os cerca de 350kg de alimentos recuperados por dia, é possível fazer cerca de 260 mil refeições por ano.   

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“Milão criou um projeto que pode ser colocado em escala em todo o mundo. Se mais pessoas seguirem o exemplo de Milão, as cidades podem se tornar um de nossos maiores ativos no progresso da humanidade em direção a um mundo sem resíduos”, destaca o comitê organizador.   

Segundo a vice-prefeita de Milão, Anna Scavuzo, que foi quem recebeu o prêmio em nome de Giuseppe Sala, o dinheiro será usado para a ampliação do projeto, que está construindo mais um centro de resíduos alimentares.   

– Outros prêmios: A Itália também teve outra iniciativa vencedora entre as escolhidas. A categoria “Conserte nosso Clima” premiou a tecnologia AEM Electrolyser, criada pela empresa italiana Enapter, em parceria com a Tailândia e Alemanha.   

A empresa desenvolveu uma “alternativa para o clima” e seu AEM Electrolyser consegue transformar eletricidade renovável em gás hidrogênio livre de emissões poluentes, segundo informa o comitê. “Desenvolvida de forma mais rápida e barata do que se pensava ser possível, a tecnologia já abastece carros e aviões, movimenta indústrias e aquece residências”.   

A categoria “Proteja e Restaure a Natureza” foi para a Costa Rica que, desde 1990, tem um amplo projeto para recuperar a área de mata e restaurar ecossistemas.   

Já o “Limpe nosso Ar” foi para a empresa indiana Takachar, que criou uma tecnologia que reduz a poluição de máquinas de áreas de agricultura e transforma resíduos em bioprodutos rentáveis, como combustível e fertilizantes naturais.   

A categoria “Reviva nossos Oceanos” premiou a organização Coral Vita, que atua nas Bahamas, trabalhando para recuperar o ecossistema marítimo local. (ANSA).   


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