MILÃO, 17 MAR (ANSA) – A Justiça de Milão absolveu nesta quarta-feira (17) todos os 15 acusados, inclusive as empresas Eni e Shell, no processo de um suposto caso de corrupção no pagamento de propina para a exploração de um campo petrolífero na Nigéria em 2011.   

O juiz Marco Tremolada anunciou o veredicto considerando que “o caso não existe” e contrariou o pedido da Procuradoria, que queria a prisão dos envolvidos e o ressarcimento das empresas.   

Ainda conforme os juízes, as acusações “não tinha nenhum fundamento” e houve “ausência de qualquer prova ou acusação concreta aos conteúdos”. As motivações da decisão serão publicadas em 90 dias.   

Entre os beneficiados pela decisão, estão o CEO da Eni, Claudio Descalzi, e o ex-CEO da companhia italiana e atual presidente do Milan, Paolo Scaroni. Os outros absolvidos são ex-diretores das empresas na Itália e na Nigéria, bem como pessoas ligadas às negociações e intermediários.   

“Finalmente, para Claudio Descalzi foi restituída a sua reputação profissional e à Eni o seu papel de grande empresa”, afirmou a advogada do CEO, Paola Severino.   

O processo havia sido anunciado em 20 de dezembro de 2017 pela juíza Giuseppina Barbara e teve suas sessões a partir de março de 2018 na 7ª Sessão Penal, composta pelos magistrados Marco Tremolada, Mauro Gallina e Alberto Carboni.   

Os procuradores Fabio De Pasquale e Sergio Spadaro acusavam os envolvidos de pagar uma propina de US$ 1,9 bilhão que teria sido dada, segundo a acusação, pelas empresas Eni e Shell para obter a licença, chamada de OLP245, sobre os direitos de exploração petrolífera. (ANSA).