MILÃO, 21 JUL (ANSA) – A Fiat Chrysler Automobiles elegeu neste sábado (21) o executivo Mike Manley, responsável pela marca Jeep, como seu novo CEO, no lugar de Sergio Marchionne, que enfrenta problemas de saúde.   

A troca estava prevista para a primeira metade de 2019, mas foi antecipada devido às complicações relacionadas a uma cirurgia feita por Marchionne recentemente. Por conta disso, o conselho de administração da FCA foi convocado de urgência para escolher um novo CEO e acabou optando por uma solução interna.   

Oficialmente, a empresa diz que Marchionne foi operado no ombro direito, porém sem dar mais detalhes. Nascido em Edenbridge, no Reino Unido, Manley tem 54 anos e entrou na Daimler Chrysler, que viria a ser comprada pela Fiat, em 2000, no cargo de diretor de desenvolvimento de rede no país britânico.   

Em 2008, assumiu a função de vice-presidente de vendas internacionais e, em junho de 2009, foi nomeado CEO da marca Jeep, função que manteve após a união com a Fiat.   

Marchionne – Tido como o “salvador” da Fiat, o sempre informal Marchionne, 66 anos, trabalhava no grupo desde 2004, e muitos imaginavam que ele adiaria sua aposentadoria no ano que vem, dada a dificuldade de imaginar uma FCA sem o executivo.   

Quando Marchionne chegou à principal fabricante de automóveis da Itália, a companhia corria o risco de falência, mas o executivo conseguiu saná-la e torná-la lucrativa, além de ter alcançado acordos com os trabalhadores para investir nas fábricas de Pomigliano d’Arco e Mirafiori, símbolos da industrialização italiana.   

Além disso, ele capitaneou a saída da Fiat da Confederação Geral da Indústria Italiana (Confindustria), entidade da qual a empresa é uma das fundadoras. Com a fusão com a Chrysler, em 2009, a FCA passaria a ter, anos mais tarde, sede fiscal em Londres e domicílio legal em Amsterdã, após 115 anos em Turim.   

O grupo também passou a ter suas ações cotadas nas bolsas de Milão e Nova York. Ao longo desse período, Marchionne cultivou boas relações com a política e chegou a ser convidado por Silvio Berlusconi a se candidatar com a centro-direita, mas se recusou.   

Do outro lado, o executivo também era considerado próximo a Matteo Renzi, de centro-esquerda, de quem se afastou no último ano. Recentemente, Marchionne recebeu elogios até do presidente dos EUA, Donald Trump.   

O italiano deixa também os cargos de presidente da CNH Industrial e da Ferrari, ambas controladas pela família Agnelli, assim como a FCA. (ANSA)