Miguel Díaz-Canel foi eleito nesta quinta-feira pela Assembleia Nacional como o novo presidente de Cuba e sucessor de Raúl Castro, segundo a imprensa oficial, o que marca o início de uma nova era em seis décadas de revolução na ilha.

“Miguel Mario Díaz-Canel, de 57 anos, foi eleito Presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros da República de Cuba pela recém-constituída Assembleia Nacional do Poder Popular em sua Nona Legislatura, que está em sessão desde quarta-feira no Palácio das Convenções de Havana”, informou o blog oficialista Cubadebate.

Díaz-Canel prometeu continuar tanto a revolução de seus antecessores quanto a atualização do modelo econômico, iniciada por Raúl Castro.

“O mandato dado pelo povo a esta legislatura é dar continuidade à revolução cubana em um momento histórico crucial, que será marcado por tudo que devemos avançar na atualização do modelo econômico”, disse em seu primeiro discurso como presidente.

Quem é Díaz-Canel

Seus vizinhos lembram de um “bom menino” que gostava de andar de bicicleta. Miguel Díaz-Canel conduziu sobre rodas sua militância no Partido Comunista e agora sucede os irmãos Castro em Cuba, após seis décadas de revolução.

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Criado em Santa Clara, a leste de Havana, este engenheiro eletrônico de 57 anos nasceu depois da revolução e não tem a fama de seus antecessores que venceram em 1959. Gosta de vestir calça jeans e ouvir Beatles. E aqueles que conviveram com ele, confiam em seu trabalho.

“Para mim é um líder do povo, um dirigente das massas. Quando dirigiu o partido foi sensacional, porque não tinha hora (para sair) e estava em todos os lugares”, recorda José González, um aposentado de Santa Clara.

Miguel Díaz-Canel Bermúdez, professor universitário no início de sua carreira, foi membro do comitê nacional da União dos Jovens Comunistas e primeiro secretário do governante Partido Comunista de Cuba (PCC) da província de Villa Clara em 1994, atingida como o resto do país pela crise provocado pelo fim do subsídio soviético.

“É um grande cara, boa gente. Lembro-me que ele sempre vinha a essa cafeteria de bicicleta e short”, conta à AFP o ex-combatente Pablo Alfonso, em Santa Clara.

Diante da falta de combustível na época, a bicicleta era o meio mais comum de transporte, à qual Díaz-Canel aderiu.


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