Por Josue Gonzalez
PUEBLA, México (Reuters) – Alguns migrantes que avançavam pelo território mexicano prometeram, neste sábado, seguir rumo aos Estados Unidos apesar de um acidente no sul do México que matou dezenas de pessoas, principalmente da Guatemala.
Pelo menos 55 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas após um caminhão lotado de migrantes capotar no Estado de Chiapas, na quinta-feira.
Diversas pessoas foram jogadas para fora do caminhão que transportava cerca de 166 viajantes quano o veículo se acidentou em uma curva nos arredores da cidade de Tuxtla Gutierrez, causando uma das piores tragédias com migrantes no México durante a última década.
O incidente ocorreu no mesmo momento em que o governo mexicano tenta conter o número de migrantes que cruzam o território do país em direção à fronteira com os EUA.
A notícia do incidente mortal abalou os migrantes que haviam chegado ao Estado central de Puebla, muitos deles com crianças. Ainda assim, alguns disseram que estavam determinados a seguir adiante para os Estados Unidos ou outras cidades do México, apesar dos riscos da viagem, que inclui contar com contrabandistas conhecidos como “coiotes”.
“Acredito que, por tudo o que fizemos, vale a pena seguir em frente”, disse Lety, um migrante hondurenho que seguia com um grande grupo de outros migrantes na sexta-feira.
“Encorajo todos nós que estamos aqui a continuar, apoiar uns aos outros e nos unir, e sinto muito pelo que aconteceu com os demais”, acrescentou ela. “Isso me dói muito porque somos seres humanos e sentimos.”
Nos últimos dias, dezenas de migrantes foram enviados da cidade de Tapachula, na fronteira sul, para Puebla, enquanto as autoridades mexicanas de imigração tentavam desmantelar um acampamento improvisado e impedir potenciais caravanas de migrantes que iam para o norte.
O governo mexicano havia prometido aos migrantes vistos humanitários e transporte para outras cidades.
As autoridades classificaram o incidente de Chiapas como o perigo do tráfico de pessoas nas mãos de coiotes, que muitas vezes colocam os migrantes em situações perigosas, incluindo caminhões superlotados, na jornada rumo à fronteira com os EUA.