ROMA, 21 FEV (ANSA) – Um grupo de migrantes que estavam a bordo do navio Diciotti, que ficou bloqueado durante cinco dias na costa da Sicília, entrou com uma ação no Tribunal Civil de Roma para pedir uma indenização do governo italiano.   

O recurso foi apresentado por um escritório de advocacia em nome de 41 migrantes, incluindo um menor de idade, e pede ao premier Giuseppe Conte e ao ministro do Interior Matteo Salvini ressarcimentos entre 42 mil e 71 mil euros por pessoa (de R$ 179 mil a R$ 302 mil).   

Depois de terem descido do navio, os deslocados internacionais foram acolhidos em estruturas da entidade humanitária Baobab Experience. Ao menos 16 deles dizem ter nascido no dia 1º de janeiro.   

O “caso Diciotti” ocorreu em agosto passado, quando Salvini proibiu o desembarque de 177 migrantes a bordo do navio, que pertence à própria Guarda Costeira italiana. O grupo havia sido resgatado dias antes, no Mediterrâneo Central.   

Os deslocados internacionais só puderam descer depois de cinco dias, em função de um acordo entre Itália, Irlanda, Albânia e a Igreja Católica para redistribui-los. “Permitam-me responder com uma grande risada, todos nascidos em 1º de janeiro, todos desaparecidos… A mamata acabou, os barcos não chegam mais, no máximo lhes daremos um Bacio Perugina”, ironizou Salvini.   

O ministro é investigado por sequestro de pessoas, abuso de poder e prisão ilegal no “caso Diciotti”, mas, como tem foro privilegiado, só será processado com autorização do Senado. A Junta para Imunidade Parlamentar recomendou a rejeição da denúncia, mas cabe ao plenário dar a palavra final. (ANSA)