Um juiz italiano se pronunciou a favor, na noite desta terça-feira (2), da libertação da alemã Carola Rackete, capitã do navio humanitário “Sea-Watch”, detida no último sábado após atracar e desembarcar 40 imigrantes de forma ilegal na ilha de Lampedusa.

O juiz responsável pelo caso disse à imprensa italiana que um decreto da Itália sobre segurança não é “aplicável às ações de resgate”.

Em uma nota divulgada pela ONG Sea-Watch, a jovem alemã indicou que se tratava de “uma grande vitória da solidariedade (…) contra a criminalização daqueles que ajudam”.

O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, que deplorou a decisão do judiciário, disse que a capitã alemã estaria sujeita a uma medida de expulsão para seu país porque é “perigosa para a segurança nacional”.

O afastamento do território italiano, com acompanhamento para a fronteira, ainda deve ser confirmado pelas autoridades judiciais, disse Salvini.

“Voltará para a sua Alemanha, onde não seriam tão tolerantes com um italiano se ele tivesse atentado contra a vida de um policial alemã”, disse o vice-primeiro-ministro e líder da Liga (extrema-direita).

A Sea-Watch havia manifestado mais cedo no Twitter sua satisfação pela libertação de Rackete.

“Estamos aliviados pelo fato da nossa capitã ter sido liberada! Não havia razão para detê-la, porque ela estava engajada na defesa dos direitos humanos no Mediterrâneo e assumiu suas responsabilidades onde nenhum governo europeu se envolveu”, apontou a organização.

A alemã de 31 anos foi presa na manhã de sábado e colocada sob prisão domiciliar em Lampedusa, depois transferida na segunda-feira para Agrigento, da qual depende a pequena ilha italiana.