Mídia publica suposta carta obscena de Trump a Epstein

WASHINGTON, 18 JUL (ANSA) – O Wall Street Journal revelou na última quinta-feira (17) a existência de uma carta obscena supostamente escrita pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao bilionário acusado de pedofilia Jeffrey Epstein, morto na prisão em 2019. A correspondência integra um álbum com outras mensagens escritas por diversos amigos para homenagear o finado durante seu aniversário de 50 anos, em 2003.   

O chefe de Estado nega a veracidade do material.   

A carta, nunca apresentada até então, traz várias linhas de texto datilografado emolduradas pela silhueta de uma mulher nua, aparentemente desenhada à mão com uma caneta. Um par de pequenos arcos indica os seios femininos, enquanto a assinatura traz um “Donald” abaixo da cintura, fazendo referência aos pelos pubianos.   

No texto, há um diálogo imaginário entre Trump e Epstein, onde o remetente reforça “como é maravilhoso ter um amigo verdadeiro”. Na última linha, lê-se: “Feliz aniversário, e que cada dia seja mais um segredo extraordinário.” O álbum, com capa de couro, foi organizado pela cúmplice de Epstein no tráfico sexual de menores e condenada a 20 anos de prisão, Ghislaine Maxwell, como um presente seu. Além de Trump, os remetentes das cartas incluem a bilionária Leslie Wexner, o advogado Alan Dershowitz – que o defendeu após sua primeira prisão em 2006 – e um economista de Harvard, já falecido. Segundo pessoas que examinaram as páginas do material, as cartas foram analisadas por funcionários do Departamento de Justiça que investigaram Epstein e Maxwell anos atrás. Não está claro se alguma das páginas passou pelas mãos da atual gestão Trump, que encerrou o caso em meio à polêmica.   

O Wall Street Journal ouviu o republicano sobre a carta.   

Trump negou ter escrito ou desenhado a imagem obscena no álbum de aniversário dos 50 anos de Epstein.   

“Não fui eu. É falsa [a carta]. A matéria do Wall Street Journal [também] é falsa”, declarou o presidente, acrescentando que “nunca pintou um quadro em sua vida”.   

“Não desenho mulheres. Aquelas palavras não são minhas”, reforçou Trump, ameaçando o jornal de punição caso publicasse a matéria, “como fez com todos os demais”.   

Epstein, encontrado morto na prisão em 2019, foi acusado de comandar uma rede de exploração sexual e de abusar de mais de 250 menores de idade. Além disso, mais de 180 nomes foram mencionados em documentos judiciais ligados a um processo aberto por Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras de Epstein, contra Maxwell, ex-namorada do empresário.   

As pessoas citadas por Epstein não necessariamente foram cúmplices em seus crimes, mas teriam sido chantageadas. Entre elas estavam nomes de peso, como presidenciáveis como Trump, e o ex-mandatário Bill Clinton, além do príncipe Andrew, do músico Michael Jackson, do astrofísico Stephen Hawking e do mágico David Copperfield. (ANSA).