Falamos por aqui há algumas semanas sobre a investigação de autoridades do Reino Unido sobre possíveis práticas anticompetitivas da Microsoft no mercado de nuvem daquele país.
Nesta semana, a empresa enviou sua defesa, em um longo documento de 101 páginas. E não pegou leve nas palavras.
“O atual cenário de competição no mercado de nuvem simplesmente não altera e não vai alterar os preços de software legados da Microsoft”, diz o texto. O trecho rebate a acusação feita pela CMA (Competition Markets Authority) de que a MS estaria usando a dobradinha Windows/Office para “estimular” a adoção da nuvem Azure e prejudicar a concorrência.
A Microsoft observou ainda que o atual mercado de nuvem pública tem como líder a AWS, e Google e Oracle também vêm avançando. Ou seja, segundo a empresa, há um alto grau de competitividade no mercado.
Na mira da lei
Após 15 meses de investigação, a CMA publicou em janeiro uma decisão provisória que afirma que o mercado de nuvem do Reino Unido é “altamente concentrado”, com Microsoft e AWS apontadas como líderes com força dominante.
Dessa forma, a CMA avalia designar ambas as empresas como “fornecedores de tecnologia estratégicos”. Essa designação é reservada para empresas com força para ditar os rumos de mercado em um determinado setor, e torna as companhias suscetíveis a leis e controles específicos.
Em sua resposta, a Microsoft afirma que a posição da CMA “não reflete como o mercado de nuvem funciona na prática e se baseia em cenários hipotéticos”. A decisão final da CMA sobre o caso deve ocorrer apenas no segundo semestre.