Em um breve comunicado, a Microsoft anunciou na semana passada que não vai mais cobrar taxas de dados de clientes que quiserem retirar suas aplicações da nuvem Microsoft Azure. “Apoiamos o poder de escolha do consumidor, inclusive a escolha de retirar dados do Azure”, diz o texto. O comunicado diz ainda que a isenção de taxas está de acordo com o European Data Act – conjunto de leis sobre dados recentemente aprovado pela União Europeia – e que o benefício está disponível para clientes de quaisquer regiões do Azure.

Com a decisão, a Microsoft é a última dos “big three” a derrubar as taxas para saída de sua nuvem. O Google Cloud fez o mesmo em janeiro deste ano, e a AWS anunciou medida semelhante há algumas semanas. Juntas, as três empresas têm praticamente 70% do mercado de nuvem pública global.

A isenção de taxas de saída tende a estimular mais concorrência no setor e o crescimento de estratégias multicloud, em que uma companhia tem aplicações hospedadas em diferentes provedores de cloud. Os contratos com muitas cláusulas restritivas e repletos de taxas são alvo de críticas entre muitas empresas que usam os serviços de nuvem. Em alguns casos, companhias decidem colocar suas aplicações em um provedor de nuvem e depois descobrem que não é nada fácil sair dele para encontrar um competidor com um serviço potencialmente melhor e mais barato.

Como citado no comunicado da Microsoft, a medida também pode ser interpretada como uma forma de adaptação às leis mais rígidas sobre gestão de dados de alguns blocos econômicos, como o European Data Act. No Reino Unido, há investigações sobre supostas práticas anticompetitivas das gigantes de nuvem e a questão da propriedade dos dados é um dos pontos abordados.