Detesto música sertaneja, ou melhor, sertanejo universitário (acho que é esse o nome da bagaça). Pior que isso, só funk. Sou velho! E, como todo velho, acredito que boa música deve ter letra e melodia, e não apenas refrões simplórios e barulhos repetitivos.

Mas tenho uma adolescente em casa, então, já viu, né? Só dá isso o dia inteiro. Às vezes, para variar um pouquinho, rola um “eletrônico”. Argh! Papai do Céu me acuda, porque tem hora que só saindo de casa ou enfiando um par de fones nos ouvidos.

Um refrão que aprendi: “cara de santa, mas não me engana, não”. A música (música?) se chama Sinal Trocado, do Zé Ricardo & Thiago. Aliás, não entendo por que não existem cantores “single” nessa parada, mas apenas duplas. É carência isso, é?

Então. Carinha de santa, Michelle Bolsonaro é também conhecida popularmente como Micheque, por conta dos 90 mil reais depositados em sua conta pelo miliciano – operador das rachadinhas do bolsokid Flávio – Fabrício Queiroz. Ou era, hehe.

O mais novo apelido é Misheik, por causa da nova treta bolsonarista, dessa vez, joias não declaradas à Receita Federal, presenteadas pelo governo da Arábia Saudita. Ou o presente foi para o governo brasileiro ou foi para a esposa do ex-verdugo do Planalto.

A questão é séria e está longe de terminar, pois houve ou contrabando ou roubo de bens do Estado. Se eram joias pessoais, presenteadas à ex-primeira dama, houve tentativa de importação ilegal. Se eram presentes para o Brasil, tanto pior, pois tentativa de furto.

A carinha de santa, Dona Michelle tem, mas… Queiroz, Milton Ribeiro (ex-ministro da Educação, preso por suspeita de corrupção), Pedro Guimarães (ex-presidente da Caixa, acusado de assédio, que supostamente facilitava empréstimos a indicados).

Ah, tem também Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado, outra amiga íntima de Michelle Bolsonaro, que pagava despesas pessoais da ex-primeira-dama e recebia, depois, de funcionários da Presidência, em dinheiro vivo – moeda corrente do clã Bolsonaro.

Outra confusão recente, envolvendo a companheira do devoto da cloroquina, foi a “limpeza” do espelho d’água do Palácio da Alvorada, que dizimou as carpas que lá viviam. Michelle mandou recolher todas as moedinhas, uma por uma, e levou embora as oferendas do povo.

Ao comentar o caso, a serva do senhor declarou que doou todas as moedas. Já dessa vez, com relação às joias, ironizou: “Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Estou rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória”. Então, tá.

Durante a campanha eleitoral, ano passado, Michelle, visivelmente, tomou gosto pelas aparições públicas e pelos discursos messiânicos. Com isso, tornou-se forte opção do bolsonarismo, caso o Messias titular seja impedido e precise de “regra três” em 2026.

É jovem, bonita, fala bem e, agora, com todos estes predicados de ordem, digamos, policiais, torna-se uma típica Bolsonaro, em nome de Jesus, é claro, para defender o País contra os comunistas. Como é mesmo? Brasil acima de tudo, Deus acima de todos – exceto do Clã das rachadinhas, das mansões milionárias e dos diamantes Chopard.