O Índice Datrix Presidenciáveis (IDP) de agosto, divulgado nesta segunda-feira, dia 1º, mostra uma reviravolta no cenário digital em relação às eleições do ano que vem. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que era líder em julho, despencou para a sétima colocação, com IDP de 11,88 (-53%).
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De acordo com o levantamento, a queda se deve, principalmente, ao predomínio de notícias negativas ligadas a investigações da Polícia Federal e escândalos financeiros, que derrubaram sua nota em mar aberto – que reflete menções de stakeholders, como influenciadores, veículos de imprensa e outros políticos – (de +2,18 para -6,93) e reduziram em 55% o engajamento de suas próprias páginas.
O ranking, que mede o desempenho digital de potenciais candidatos ao Planalto utilizando inteligência artificial para analisar dados de redes sociais como X, Facebook, Instagram e Youtube, mostrou também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a liderança, com IDP de 24,39 (+15% em relação a julho).
O crescimento foi impulsionado pela melhora de sua imagem em mar aberto, passando de -2,31 para -0,14. O resultado indica um equilíbrio entre detratores e defensores. Isso, de acordo com o levantamento, mostra algo raro para um incumbente, geralmente muito mais atacado. Além disso, Lula registrou um salto de 55% no engajamento de suas redes.
O desempenho também foi impulsionado pelo fortalecimento de programas sociais como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Desenrola Brasil e o novo PAC, além de sua agenda internacional, marcada pela Cúpula da Amazônia e pela defesa da soberania nacional frente aos EUA. O movimento consolidou a imagem de Lula como liderança global ativa e ampliou sua projeção como favorito para 2026.
Além disso, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT) subiu da sexta para a segunda posição, com IDP de 16,62 (+71%). O avanço foi sustentado pela especulação sobre sua ida ao PSDB e pelo disparo de engajamento em suas redes, que saltou de 0,08% para 1,87%. A movimentação reforçou sua narrativa como alternativa de “terceira via” e resgatou sua imagem como opção qualificada à polarização.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ficou em terceiro lugar (15,54 pontos, +17%), apoiado pelo forte crescimento digital (+310% em engajamento). Porém, enfrenta alguma resistência em mar aberto, onde 57% das menções seguem negativas, principalmente de bolsonaristas que o acusam de traição.
Na quarta posição, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, do PSD, (15,47 pontos, +14%) manteve o melhor desempenho em mar aberto, mas segue limitado pela baixa performance em suas próprias redes.
Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), permaneceu em quinto lugar (13,67 pontos, +35%), sustentado pela fidelidade de sua base digital. Contudo, seu mar aberto segue entre os piores do ranking (-10,50), prejudicado por acusações de radicalismo e associação a atos antidemocráticos.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, (13,43 pontos, +71%) subiu para o sexto lugar após reduzir parte da negatividade em mar aberto e reforçar sua imagem como liderança da direita tradicional.
Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), caiu para a oitava posição (6,58 pontos, -28%), criticado por sua postura considerada “em cima do muro” diante da prisão de Jair Bolsonaro.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), permaneceu na lanterna, agora com nota negativa (-1,90), em razão da repercussão de suas falas consideradas xenofóbicas sobre o Nordeste.