A esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Michelle Bolsonaro (PL), usou as redes sociais para chamar a PF (Polícia Federal) de “Gestapo”, força policial secreta da Alemanha Nazista, após a operação das autoridades contra Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) ser realizada na segunda-feira, 29, em imóveis no Rio de Janeiro.

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Na publicação do Instagram, Michelle Bolsonaro compartilhou um trecho da Bíblia com os dizeres: “Nenhuma arma forjada contra você prevalecerá, e você refutará toda língua que a acusar. Esta é a herança dos servos do Senhor, e esta é a defesa que faço do nome deles, declara o Senhor”. Na postagem seguinte, a esposa do ex-presidente afirma que é mentira o fato de Bolsonaro ter fugido da “Gestapo (PF)”, durante a operação.

O que era a Gestapo?

A Gestapo (abreviação para Geheim Staatspolizei – Polícia Secreta do Estado – em tradução) foi criada por membros do partido nazista, em abril de 1933, ano em que chegaram ao poder na Alemanha. O objetivo do órgão era investigar o que era considerado como “ameaça ao regime”, incluindo comunistas, social-democratas e, posteriormente, pessoas de origem judaica.

De acordo com Frank McDonough, historiador autor de livro sobre o assunto, entre os nomes que colaboraram com a criação do órgão estavam Hermann Göring, Rudolf Diels, além de Heinrich Himmler e Reinhard Heydrich, ambos considerados os engenheiros do Holocausto. A polícia secreta nazista ganhou força após um comunista supostamente colocar fogo no Reichstag, o parlamento alemão, como forma de protesto em fevereiro de 1933.

Após o incidente, o regime nazista se aproveitou para estabelecer o Decreto do Incêndio do Reichstag, que, entre várias outras coisas, também permitia a prisão de cidadãos considerados como “inimigos do povo”, mesmo que não houvesse qualquer forma de acusação. Apenas dois meses depois, a Gestapo foi criada.

A SS (abreviação de Schutzstaffel – Esquadrão de Proteção – em tradução), uma organização paramilitar que seria responsável pela proteção de Adolf Hitler e do nazismo, passou a ter mais controle sobre a Gestapo com o passar do tempo. Em 1939, ano de início da Segunda Guerra Mundial, acredita-se que o órgão possuía cerca de 15 mil funcionários, chegando a 32 mil em 1944.

A Gestapo efetuava a espionagem de cidadãos e organizações, além de realizar torturas e execuções dos que eram considerados como “Inimigos do Povo”. A polícia secreta também monitorava os judeus, e membros do órgão integraram grupos de extermínio no Leste Europeu. A instituição foi extinta e considerada como criminosa pelos Aliados após o fim da Segunda Guerra Mundial. Ex-funcionários foram presos com o término do conflito.