A Força-tarefa da Lava Jato prendeu Michel Temer, ex-presidente da República, na manhã desta quinta-feira (21). Os agentes também cumpriram um mandado contra Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia, e contra João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo próximo de Temer. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Temer foi preso em São Paulo e, no momento, está em um avião da PF a caminho do Rio de Janeiro. Já Moreira Franco foi preso ao chegar de um voo no Aeroporto do Galeão, no Rio. Ele está em uma sala da PF no aeroporto. O coronel Lima foi preso em seu apartamento em São Paulo. Ele ainda não deixou o imóvel está acompanhado de agentes da PF.

A prisão de Temer está relacionada a esquema de corrupção nas obras da usina Angra 3, processo sob os cuidados do juiz Bretas. O caso trata das denúncias do delator José Antunes Sobrinho, dono da Engevix. O empresário disse à Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina para fechar um contrato de obra em Angra 3. O pagamento foi feito a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do presidente Michel Temer. A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina de Angra 3

Michel Temer (de costas, usando terno claro) deixa o carro no Aeroporto de Guarulhos (Crédito:Reprodução/TV Globo)

Delações de Funaro também comprometem Temer

A prisão de Temer tem como base a delação de Lucio Funaro. No ano passado, Funaro entregou à Procuradoria-Geral da República informações complementares do seu acordo de colaboração premiada. Entre os documentos apresentados estão planilhas que, segundo o delator, revelam o caminho de parte dos R$ 10 milhões repassados pela Odebrecht ao MDB na campanha de 2014. A operação ainda tem mandados de prisão contra o coronel João Batista Lima Filho, amigo de Temer, e mais cinco pessoas, entre elas empresários.

A delação de Lúcio Funaro, operador do PMDB, feita em setembro de 2017 e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), serviu como base para a força-tarefa da Lava Jato. A colaboração de Funaro detalha como funcionava o esquema de corrupção no Congresso, chefiado por nomes fortes do PMDB – entre eles, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Moreira Franco, Eduardo Cunha e Tadeu Filippeli.

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De acordo com o jornal O Globo, investigadores cruzaram informações e documentos fornecidos por Funaro com planilhas entregues à Justiça pelos doleiros Vinícius Claret, o Juca Bala, e Claudio Barbosa, o Toni. Eles são apontados como responsáveis por mandar valores para o exterior para políticos e empresários, inclusive Altair Alves Pinto, apontado como operador de Eduardo Cunha. Altair era conhecido como “o homem da mala” e repassava dinheiro para Cunha e para o ex-presidente Michel Temer.


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