O ex-general Michel Aoun garantiu seu acesso à presidência do Líbano em 31 de outubro graças ao apoio dado nesta quinta-feira em Beirute por seu adversário político, o ex-primeiro-ministro sunita Saad Hariri.

“Hoje anúncio a decisão de apoiar a candidatura do general Michel Aoun à presidência da República. É uma decisão fruto da necessidade de proteger o Líbano, seu sistema [político] e o Estado”, anunciou na coletiva de imprensa.

O anúncio é vital já que o Líbano está sem presidente desde 2014. As instituições políticas estão paralisadas por causa, principalmente, dos antagonismos provocados pela guerra na vizinha Síria, entre partidários do regime de Bashar Al Assad (como o movimento xiita libanês Hezbollah, envolvido na guerra) e os detratores do poder de Damasco.

As rivalidades entre cristãos também minaram o processo de eleição de presidente.

Entre os aplausos do auditório, o ex-primeiro-ministro Hariri explicou que tinha chegado a um acordo com Aoun “para preservar o sistema político, reforçar o Estado, reativar a economia, tomar distância da crise síria”.

“Queremos proteger nosso país dessa crise”, insistiu.

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“Após a eleição do presidente da República, poderemos dar as mãos de novo” em benefício dos cidadãos “para reforçar nossa segurança interna e nossa união nacional”.

Aoun será eleito na 46ª reunião do Parlamento organizada para eleger o presidente. Até agora, a votação fracassou pos a maioria dos deputados, principalmente os favoráveis a Aoun e seus aliados xiitas do Hezbollah, tinhas boicotado as sessões precedentes.

No Líbano, o presidente é eleito pelo Parlamento, de 128 deputados, divididos igualmente entre cristãos e muçulmanos. Segundo o pacto nacional de 1943, o presidente deve ser um cristão maronita, o primeiro-ministro, um muçulmano sunita, e o presidente do Parlamento, xiita.

Para ser eleito, Michel Aoun precisa da maioria absoluta dos deputados, o que se conseguiu com os votos de Saad Hariri, do Hezbollah e das Forças Libanesas.


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