O bilionário americano Michael Bloomberg anunciou, nesta quarta-feira (11), uma doação de 64 milhões de dólares a organizações de proteção ambiental, um dia depois de o governo de Donald Trump eliminar um plano que pretendia acelerar a transição para energias limpas.

“A eliminação é um erro, mas a verdade é que nós já fazemos grandes avanços em limitar a poluição de carbono pelas usinas elétricas e continuaremos fazendo isso mesmo sem o apoio de Washington”, disse na capital americana o ex-prefeito de Nova York, enviado especial da ONU sobre Cidades e Mudanças Climáticas.

A revogação do Plano de Energia Limpa (CPP, em inglês) era uma promessa de campanha de Trump, que em junho anunciou a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima, assinado pelo ex-presidente Barack Obama junto com outros 195 países para limitar o aumento da temperatura mundial.

O CPP, assinado por Obama em agosto de 2015, propunha acelerar a transição energética e impor às usinas elétricas reduções de 32% de suas emissões de gases de efeito estufa até 2030, em relação aos níveis de 2005.

A doação deve financiar, principalmente, a campanha “Além do carvão”, lançada em 2011 pela ONG ambientalista Sierra Club, que estimula o fechamento de usinas antigas e financia a transição profissional de ex-mineiros.

Bloomberg lembrou que 259 usinas a carvão fecharam ou estavam preparando seu fechamento desde 2011, enquanto o número de mortes causadas pela poluição de carbono por ano caiu de 13.000 para cerca de 7.500.

“Os empregos (na indústria do carvão) não voltarão”, disse, denunciando as “falsas esperanças” e as “falsas promessas” da administração Trump.

O presidente colocou em dúvida, várias vezes, a existência do aquecimento global e o papel da atividade humana neste, prometendo revitalizar a indústria do carvão.

Em 2015, este setor gerava 21% da energia consumida nos Estados Unidos e empregava 66.000 pessoas, segundo a agência americana de energia (EIA).