O governo da Malásia considera retomar as buscas pelo avião do voo MH370 da Malaysia Airlines, que desapareceu há 10 anos a caminho de Pequim, na China. As autoridades disseram no domingo, 3, citaram uma potencial colaboração com uma empresa de exploração oceânica dos Estados Unidos.

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O ministro dos Transportes da Malásia, Loke Siew Fook, disse durante um evento com os familiares das vítimas que tentará convencer o Gabinete de Governo a aprovar a retomada das buscas.

“Este é o maior mistério da aviação em todo o mundo. Devemos resolvê-lo”, acrescentou.

Acredita-se que as buscas sejam conduzidas no sistema de risco, ou seja, caso não se encontre vestígios do avião, não haverá pagamento para a empresa de exploração oceânica. O ministro Loke Siew ainda informou que instruiu o Ministério dos Transportes a convidar a Ocean Infinity para ir à Malásia no intuito de ser informada sobre o acidente.

Relembre o caso

O voo MH370 desapareceu do radar menos de 40 minutos após decolar do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, pouco depois da meia-noite do dia 8 de março de 2014, com 239 passageiros e tripulantes.

De acordo com as informações de satélite, calcula-se que a aeronave desviou da sua trajetória e mergulhou no sul do Oceano Índico, resultando em uma enorme busca internacional liderada pela Austrália.

Após três anos, em janeiro de 2017, as buscas foram encerradas, depois de ter sido gastos cerca de US$ 200 milhões (cerca de R$ 990 milhões na cotação atual) para vasculhar 120 mil quilômetros quadrados em um dos maiores oceanos do mundo.

Em janeiro de 2018, a Ocean Infinity assumiu a operação por meio de um acordo de “sem sucesso, sem taxas” e vasculhou mais 112 mil quilômetros quadrados que também não renderam em nada.

Uma equipe de investigação internacional independente liderada pela Malásia concluiu, em um relatório de 2018, que não havia forma de determinar o que causou o desaparecimento, pois não se tinha destroços importantes ou informações de dados de voo para examinar.

Durante o evento, os familiares das vítimas prestaram homenagens recitando poemas, cantando, dançando e também acenderam 239 velas, uma para cada vida perdida.

“Não queremos mais especulação. Queremos provas e verdade. Portanto, instamos o governo da Malásia e as agências relevantes a não cessarem a busca, mas a continuarem a procurar a verdade”, disse o chinês Bai Shuan Fu, cuja esposa era passageira do voo.