O laudo pericial sobre a morte de Lidiane Aparecida Fernandes aponta que ela teve mais gordura retirada do seu corpo do que o valor máximo estipulado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). A mulher morreu no dia 7 de dezembro de 2021, em Belo Horizonte (MG), após passar por uma cirurgia de lipoaspiração. As informações são do Uol.

De acordo com a Polícia Civil, o médico responsável pela cirurgia, Lucas Mendes, deve responder por homicídio culposo por agir com “imperícia e com a inobservância de uma regra de técnica da profissão médica”.

Conforme os laudos, o procedimento cirúrgico tirou 10,02% do peso corpóreo da vítima em gordura, acima da proporção máxima estipulada pelo CFM que é de até 7%. “O médico legista afirma no seu laudo que houve a lipoaspiração de 9.320 ml gordura das áreas do abdome, flancos, dorso lombar, face interna da coxa, axila e tórax. O que por si só já gera estranheza, porque são muitas áreas”, afirmou a delegada Lígia Mantovani.

Ainda segundo a delegada, os exames laboratoriais da vítima estavam alterados, com a quantidade de hemoglobina três vezes maior do que o valor de referência. “Com todas essas causas, somadas aos 18 depoimentos colhidos na unidade policial, concluiu-se que houve um homicídio culposo por parte do médico”, afirmou a delegada.

Em depoimento, o médico responsável pela cirurgia negou qualquer problema durante o procedimento. “Ele nos conta que naquele momento tudo ocorreu de maneira normal e que essa vítima começou a apresentar uma reação depois, quando ela já estava na sala de recuperação”, afirmou.

Relembre o caso

Lidiane Aparecida Fernandes Oliveira, de 39 anos, morreu após passar por duas cirurgias plásticas em uma clínica de Belo Horizonte (MG).

De acordo com as informações da Polícia Militar, Lidiane teria feito abdominoplastia e lipoaspiração no dia 6 de dezembro de 2021. As cirurgias, conforme o médico responsável, aconteceram como o planejado.

A irmã de Lidiane, contudo, disse que a paciente reclamou de dores no corpo e falta de ar. A vítima chegou a ser medicada, mas as queixas continuaram. Ao pedir ajuda para os profissionais do local, a familiar encontrou Aparecida desacordada.

Como a clínica não tem Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI), Lidiane precisou ser transferida para o Hospital Vera Cruz. Na unidade de saúde, a morte da vítima foi confirmada nesta terça-feira (07).