Na quarta-feira (10), uma mulher foi condenada a 12 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), por envenenar a própria filha com chumbinho. Além disso, ela adoecia a menina de propósito. As informações são do O Tempo.

A juíza Arlete Aparecida da Silva Coira, titular da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais, sentenciou a mulher, inicialmente, a cumprir a pena em regime fechado.

Como a mulher respondeu ao processo em liberdade, a juíza deu o direito a ela de pode recorrer da decisão também em liberdade.

A mulher foi condenada pelos crimes de tentativa de homicídio e lesão corporal.

Relembre o caso

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais denunciou a mulher após ser acusada por pelo menos oito vezes de adoecer a própria filha entre os anos 2013 e 2016. Ela levou a menina ao hospital todas as vezes.

Conforme a denúncia, a mulher dava remédios de uso controlado para a filha no intuito de fazê-la ficar doente. Em 2013, a menina foi diagnosticada com inflamações no sistema nervoso central e com crises de convulsão. Entre 2014 e 2015, a garota teve de ser internada diversas vezes com quadros de sonolência, dificuldade de andar e convulsões.

Em 2014, ao ser levada novamente ao hospital, os médicos encontraram comprimidos na boca da menina. Nesse momento, eles suspeitaram de que algum familiar estaria a medicando.

Em 2016, ela foi internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) com crises de convulsão. No dia em que recebeu alta, a menina adoeceu de novo.

Desconfiados, os médicos realizaram exames e constataram que não havia nada de errado com a saúde da menina. Quando ela foi internada novamente, a equipe médica mostrou para ela alguns comprimidos de chumbinho e a garota informou que a mãe havia colocado aquelas “balinhas” no seu iogurte.

A Polícia Civil concluiu o inquérito contra a mulher em 2017. Ao ser questionada, ela afirmou ao MPMG que não ficou satisfeita com a atenção que recebeu no hospital e por isso decidiu matar a filha. Por causa disso, a guarda da menina foi dada ao pai.

De acordo com a denúncia, o MPMG informou que desconfia que a mulher tenha a síndrome de Munchaüsen por Procuração, que é um transtorno psicológico no qual a pessoa simula sintomas de doenças para receber uma gratificação pessoal.