Um homem, de 26 anos, foi indiciado nesta semana por ter jogado a própria filha de apenas dois meses por uma janela. O crime ocorreu no dia 28 de maio, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri (MG). A polícia relatou que há provas de que o crime foi premeditado. As informações são do O Tempo.

O rapaz jogou a filha depois de uma discussão com a mãe da criança, que era sua ex-companheira.

Na época, ela relatou à polícia que os dois não viviam mais juntos, mas o homem frequentava a sua casa para visitar a filha.

Ainda segundo ela, o rapaz aproveitou o momento em que a mulher foi para a cozinha para verificar um arroz doce e arremessou a bebê de uma altura de aproximadamente nove metros.

Vizinhos acionaram a polícia e, na sequência, levaram a menina para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local, mas ela não resistiu aos ferimentos.

Depois, o homem ligou para um subtenente da Polícia Militar e afirmou que iria se entregar e estava arrependido do que fez.

Ele permaneceu em silêncio após ser preso.

Crime premeditado

Em entrevista ao portal O Tempo, a delegada Hérika Ribeiro Sena, titular da Delegacia de Homicídio, informou que “existem informações, que não podem ser repassadas, que demonstram que ele já estaria premeditando alguma coisa contra aquela criança, não podemos mais detalhar pelo segredo de Justiça”.

A Polícia Civil solicitou o indiciamento do homem por homicídio duplamente qualificado, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e o agravante de feminicídio. Além disso, ele teria ameaçado a mãe da bebê.

“O indiciamento foi encaminhado à Justiça e agora passará pelo crivo do Ministério Público. Depois, uma análise do Judiciário para saber qual o procedimento para iniciar a instrução”, disse a delegada.

“Ele é pai da criança e trata-se de vítima do sexo feminino. Engloba na qualificadora do feminicídio, bem como no meio cruel e no recurso que dificultou a defesa da vítima, até porque era criança de apenas dois meses. A Polícia Civil encerra a investigação e entrega para o MP analisar as provas. Se tiver alguma diligência, o MP pode retornar para gente, mas acreditamos que ficou bem completo, as provas foram suficientes para engajar a denúncia. A injúria e a ameaça podem ser julgadas pelo Tribunal do Júri também, até porque houve o concurso de crimes”, acrescentou.

Medida protetiva

No decorrer das investigações, a mãe da bebê pediu uma medida protetiva contra o ex-companheiro por receio de ele ter a prisão revogada.

Na ação, ela solicitou que o homem mantenha uma distância mínima. A delegacia encaminhou o pedido à Justiça mineira.