Um casal voltou atrás na adoção e resolveu devolver duas irmãs, de oito e nove anos, após passar quatro anos com as meninas. Para isso, o homem e a mulher alegaram falta de vínculo com as crianças. O caso ocorreu em Uberaba, no interior de Minas Gerais. As informações são do O Tempo.

Por esse motivo, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) decidiu que o casal deve pagar R$ 100 mil para cada uma das irmãs por danos morais e materiais.

O órgão informou que as duas crianças foram levadas para um abrigo em Sacramento (MG), em 2017, porque viviam uma situação de violência e negligência por parte da família biológica. Alguns meses depois, no ano de 2018, o casal, que estava na fila de adoção, conheceu as duas irmãs e teve início o estágio de convivência.

As meninas conviveram com o homem e a mulher durante quatro meses e ambos manifestaram o interesse em ter a guarda delas. Então o setor psicossocial de Juízo de Sacramento deu parecer positivo.

As irmãs e o casal viveram juntos até junho deste ano, quando o homem e a mulher decidiram devolvê-las já com o processo de adoção na fase final.

Após uma consulta, uma equipe psicossocial constatou que os dois não tinham a intenção de ficar integralmente com as meninas. Além disso, foi apurado que o casal não gosta de uma das irmãs, por conta dos transtornos emocionais que ela desenvolveu.

“Tratou os infantes (crianças) como um mero objeto de desejo e não como seres humanos, dependentes de atenção, afeto e amor e sujeitos a traumas e dores diante de situações de abandono e rejeição”, afirmou a promotora de Justiça Ana Catharina Machado na ação do MPMG.

Ela ainda acrescentou que, com mais essa rejeição, as duas meninas ficaram abaladas emocionalmente.