O advogado João Augusto Maia, de 24 anos, e o namorado, Matheus Felipe Batista, de 36, foram agredidos pelo vizinho com uma barra de ferro em Belo Horizonte (MG), no domingo (13). De acordo com João, eles moravam no local há cerca de um ano e estavam de mudança por conta do vizinho, que é sargento da Polícia Militar e já havia feito ameaças contra o casal.
Em entrevista ao jornal O Globo, o advogado contou que foram esvaziar o apartamento, quando Matheus percebeu que a fechadura estava com sinais de arrombamento. Na sequência, o casal notificou a imobiliária e decidiram fazer um boletim de ocorrência.
Conforme João, o vizinho de baixo teria ouvido a conversa e decidiu intervir com xingamentos. “Em nenhum momento eu disse à polícia que tinha sido ele. Ele ouviu a conversa, viu que estávamos lá e, peço desculpas pelos termos que vou reproduzir, já saiu gritando: ‘Seus viados desgraçados, eu vou matar o primeiro que sair, vem cá que eu vou matar vocês dois’”, contou o advogado.
Em seguida, o casal saiu do apartamento e discutiu com o vizinho. Durante a briga, o homem teria afirmado que era policial e teria dito que “lugar de bichinha é na cadeia”. Depois, João conta que ele e o namorado voltaram para o apartamento e acionaram a polícia.
“Foi quando ele veio atrás e pegou uma barra de ferro de mais ou menos 1 metro, extremamente pesada, e acertou o queixo do Matheus e várias outras partes do corpo. A sorte é que ele conseguiu desarmá-lo e reagiu, em um ato de legítima defesa”, disse João ao O Globo.
Após a PM chegar, os envolvidos foram levados para a delegacia, porém o policial foi ouvido e liberado em seguida. Conforme João, o caso foi levado para a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e o casal conta também com apoio da Comissão de Diversidade Sexual da OAB-MG, que cobrará providências. O Ministério Público de MG também acompanha o caso.
Em nota, a Polícia Civil informou que foi aberto um inquérito para investigar as denúncias. A reportagem do O Globo também entrou em contato com a Polícia Militar, mas não obteve retorno.