O governo do México expressou a Washington sua “grave preocupação” diante da possibilidade de que as autoridades americanas separem as crianças de seus pais em situação ilegal quando forem surpreendidos tentando entrar clandestinamente nos Estados Unidos, informou nesta terça-feira (7) o chanceler mexicano.

Caso a iniciativa seja concretizada, “muitas famílias” sofrerão um “dano irreversível”, disse o chanceler Luis Videgaray, durante coletiva de imprensa após se reunir com membros do Senado.

“Nós imediatamente levamos ao conhecimento do departamento de Segurança Interna nossa grave preocupação porque acontece assim (…) e esperamos que a opinião do governo mexicano incida na decisão que seja tomada por parte do governo dos Estados Unidos diante desta possibilidade que foi anunciada de maneira preocupante”, destacou.

O secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, John Kelly, declarou na segunda-feira (6) que planeja separar os imigrantes clandestinos de seus filhos, com o objetivo de desestimular ao máximo a entrada ilegal no país.

“Faria quase qualquer coisa para dissuadir as pessoas da América Central a se entregar nas mãos destas redes tão perigosas que os levam através do México aos Estados Unidos”, disse Kelly durante entrevista à CNN.

“Temos muita experiência no que se refere aos menores desacompanhados”, que são colocados em locais especializados ou em famílias receptoras, destacou o funcionário, ao explicar que é uma estratégia que está se “pensando”.

Atualmente, quando famílias de imigrantes em situação ilegal são capturadas, os filhos mais novos ficam com suas mães enquanto os pais são mantidos em instalações separadas.

Kelly é um dos mais fervorosos partidários dos decretos anti-imigração apresentados em janeiro pelo presidente Donald Trump, que qualificou os imigrantes mexicanos de “criminosos” e “estupradores”.