O governo de Claudia Sheinbaum anunciou neste domingo (9) o reforço da presença militar e de órgãos oficiais no estado de Michoacán (oeste do México), após o assassinato de um prefeito que provocou indignação em todo o país.
Carlos Manzo, presidente municipal de Uruapan, que havia declarado uma ferrenha ofensiva contra o crime que ele próprio enfrentava, foi assassinado a tiros em 1º de novembro durante um evento público, cercado por sua família, o que desencadeou protestos em massa em sua comunidade e em várias cidades mexicanas.
“Nos últimos dias, vimos dor e indignação pelo covarde assassinato do presidente municipal de Uruapan. Compartilhamos esse sentimento. Seu covarde homicídio fere todo Michoacán e todo o país”, declarou Sheinbaum em um evento público com seu gabinete.
Na última terça-feira, a mandatária instruiu seu gabinete a elaborar, junto com autoridades locais, o chamado Plano Michoacán pela Paz e pela Justiça, apresentado neste domingo.
Um dos eixos fundamentais do plano é o reforço da presença de militares e guardas nacionais, com o deslocamento, a partir de segunda-feira, 10 de novembro, de mais 1.980 efetivos, totalizando 10.506 integrantes do Exército e 1.781 da Marinha.
As forças federais terão a missão de intensificar as ações de combate ao narcotráfico e à extorsão, prender criminosos e, se necessário, implementar uma operação de bloqueio do estado para evitar a fuga ou a entrada de células criminosas.
“Trata-se de uma estratégia integral que parte de uma convicção profunda de que a segurança se sustenta com uma estratégia, ações de justiça e a garantia dos direitos do povo”, afirmou Sheinbaum.
O plano também inclui ações sociais, como bolsas de estudo para alunos, programas educacionais voltados à promoção da paz e iniciativas esportivas para jovens, com o objetivo de evitar que sejam recrutados pelo crime.
Michoacán, que possui litoral no Pacífico, é uma importante região agrícola onde operam pelo menos cinco grupos de narcotráfico, liderados pelo poderoso Cartel Jalisco Nueva Generación (CJNG), classificado pelos Estados Unidos como organização terrorista.
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