O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, propôs ao seu homólogo americano, Joe Biden, uma reunião para falar sobre a questão migratória à margem da cúpula de líderes latino-americanos que Biden convocou em Washington para novembro, anunciou a chanceler mexicana, Alicia Bárcenas, nesta sexta-feira (22).

A chanceler anunciou que Obrador havia proposto uma reunião bilateral com seu homólogo americano para abordar a “emigração e o desenvolvimento”.

O México disse que propuseram que o encontro seja no dia anterior à cúpula convocada por Biden para 3 de novembro. O objetivo desta cúpula é fazer um acompanhamento do lançamento da Associação das Américas para a Prosperidade Econômica, que ocorrerá no início do ano em Los Angeles.

O México está “sobrecarregado” pela chegada de migrantes ao seu território, já que mais de 8.000 entram pela fronteira sul. Cerca de 3.000 começam sua travessia na América do Sul, por isso têm que cruzar a floresta de Darién, entre Colômbia e Panamá, enquanto outros 6.000 partem da América Central.

“Ontem mesmo chegaram 11.000”, explicou Bárcenas. “Isso reduz qualquer capacidade, por mais que o México queira fazer um bom trabalho”, acrescentou.

López Obrador pretende abordar as vias legais que já existem para analisar a situação humanitária que levou aos Estados Unidos mais de 400.000 pessoas, estudar a plataforma para solicitar asilo nesse país, assim como os vistos de trabalho para o setor agrícola e outros.

“O objetivo é avaliar as vias legais estabelecidas” pela administração de Biden.

O presidente mexicano “nos instruiu a termos uma visão da mobilidade não apenas da perspectiva de quantos passam, mas também das causas estruturais da migração”, disse em uma coletiva de imprensa.

Neste sentido, afirmou, “vamos aos países de origem para oferecer algumas alternativas de desenvolvimento”.

A maioria dos imigrantes vem do Equador, Colômbia, Haiti, Cuba, Venezuela, Guatemala e Honduras, disse.

O México também quer “articular” uma política entre Colômbia, Panamá, Costa Rica, Guatemala e Honduras para “ajudar os migrantes”.

O país latino-americano, segundo a chanceler, põe dinheiro para ajudar os migrantes a ficarem em seu território, ter permissão de residência e buscar emprego, mas de “forma ordenada e segura” e não apenas “quando o problema explode”. Para isso, “necessitamos de ajuda”, acrescentou.

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