O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta terça-feira (12) que seu governo planeja adquirir 24 milhões de doses da vacina russa Sputnik V contra o novo coronavírus, assim que o órgão regulador sanitário do país autorize seu uso emergencial.

“No momento em que for aprovada, temos a possibilidade de adquirir 24 milhões de doses. Como é uma vacina que requer duas aplicações, teríamos (o suficiente) para vacinar logo 12 milhões de pessoas”, disse o presidente em sua coletiva de imprensa matinal.

A Rússia autorizou o uso da Sputnik V em agosto passado, tornando-se o primeiro país do mundo a aprovar uma vacina contra a covid-19, o que gerou críticas internacionais pelo anúncio ter sido considerado prematuro, antes dos testes de fase 3 e da publicação de resultados científicos.

Autoridades mexicanas não puderam acessar informações sobre o medicamento e havia “inquietações” sobre sua segurança e eficácia, pois só foram publicados resultados do teste clínico de fase 2, admitiu o vice-secretário da Saúde, Hugo López-Gatell.

O funcionário viajou para a Argentina, que já começou a vacinação com a Sputnik V, para conhecer a experiência das autoridades do país, que lhe mostraram o expediente técnico e científico, bem como os resultados da fase 3, que estão perto da publicação, acrescentou.

“É uma vacina que tem uma capacidade e uma eficácia semelhantes às de outras vacinas que foram autorizadas e voltamos com essa notícia para tomar decisões”, disse López-Gatell.

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O expediente é revisado desde o fim de semana pelo órgão regulador sanitário local, o Cofepris, que decidirá sobre seu uso de emergência “em data muito próxima”, antecipou.

A Sputnik V também foi autorizada por Belarus, Argélia, Venezuela, Bolívia e Sérvia, e foi aplicada em 1,5 milhão de pessoas em todo o mundo, segundo dados do Fundo Soberano Russo, o RDIF, que financia seu desenvolvimento.

Nesta terça também se espera a chegada ao México do primeiro lote da vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, produzida na Argentina, e que será envasada pelo laboratório Liomont, sediado no estado do México (centro).

“Começaremos a ter esta vacina para uso em março”, acrescentou López-Gatell.

O governo mexicano também anunciou o início de uma nova etapa de seu plano de vacinação, com a chegada de 439.725 doses mais do fármaco desenvolvido pela Pfizer-BioNTech, que serão distribuídas a hospitais de todo o país para imunizar a partir da quarta-feira o pessoal médico que atende doentes com covid-19.

O México, com 128 milhões de habitantes, tem 134.368 mortos – o quarto país mais enlutado do mundo – e 1,54 milhão de casos acumulados do novo coronavírus.


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