México e Chile apresentaram, nesta quinta-feira (18), um pedido de investigação sobre possíveis crimes de guerra no contexto do conflito entre Israel e o Hamas, informaram ambos os governos.

“A ação do México e do Chile decorre da crescente preocupação com a recente escalada de violência, especialmente contra alvos civis, e a alegada continuidade de crimes sob a jurisdição do Tribunal” desde o início das hostilidades em 7 de outubro, afirmou o Ministério das Relações Exteriores mexicano em um comunicado.

Após o ataque do movimento islamista Hamas em Israel, no qual os militantes mataram 1.140 pessoas e sequestraram 250, segundo um levantamento da AFP com base em dados oficiais, o Israel lançou uma grande operação na Faixa de Gaza para “liquidar” o Hamas, que governa esse território.

A ofensiva israelense até agora resultou em 24.620 mortes, em sua maioria mulheres e menores, segundo dados do grupo islamista.

“O que nos interessa é apoiar a investigação de qualquer possível crime de guerra cometido na área, seja este crime de guerra proveniente de onde quer que venha, seja de israelenses ou palestinos”, disse o ministro das Relações Exteriores chileno, Alberto van Klaveren, em coletiva de imprensa em Santiago.

O pedido, feito por meio de um documento conhecido como “remissão”, visa impulsionar a investigação já em andamento no TPI sobre crimes cometidos não apenas em Gaza, mas nos territórios ocupados da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Israel, acrescentou Van Klaveren.

o TPI, estabelecido em 2002 para perseguir os autores de atrocidades como genocídios e crimes contra a humanidade, iniciou em 2021 uma investigação nos Territórios Palestinos, em decorrência de denúncias contra Israel, Hamas e outros grupos armados palestinos.

“A intervenção do TPI ganha particular relevância diante dos numerosos relatórios da ONU que descrevem inúmeros incidentes que podem constituir crimes de competência dO TPI”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores mexicano no comunicado.

O México, que se manteve neutro no conflito, informou também que está “monitorando de perto” o caso apresentado na semana passada pela África do Sul contra Israel, acusando-o de cometer genocídio em Gaza, perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), a mais alta instância judicial da ONU.

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