Oito mulheres colombianas, dadas como desaparecidas no México e depois encontradas, negaram terem sido sequestradas, informou nesta terça-feira (16) o Governo, que deportará sete delas por terem falsificado informações ao entrarem no país.

As mulheres sul-americanas, entre 19 e 31 anos, “negaram terem sido sequestradas ou detidas contra a sua vontade”, disse à imprensa o subsecretário de Segurança, Luis Rodríguez Bucio.

O caso, divulgado na imprensa mexicana na última sexta-feira, surgiu depois de o consulado colombiano em Cancún (estado de Quintana Roo, sudeste) ter denunciado o suposto desaparecimento das mulheres após participarem de uma festa, no dia 5 de janeiro, no estado vizinho de Tabasco.

Uma reportagem da emissora Imagen indicou que as mulheres colombianas foram contratadas como “acompanhantes de homens” para comparecer à festa, mas uma delas denunciou que foram detidas e agredidas.

Segundo a imprensa, as mulheres foram levadas por traficantes de pessoas, que roubaram seus passaportes e exigiram que pagassem cerca de 7 mil dólares (34,3 mil reais na cotação atual) para recuperá-los.

As mulheres foram encontradas no último sábado pelas autoridades de Tabasco em um motel rodoviário e afirmaram que “por vontade própria permaneceram no local da festa até o dia de sua localização”, explicou Rodríguez Bucio.

Acrescentou que um áudio que uma delas enviou a um parente na Colômbia, e que foi veiculado pela imprensa mexicana que noticiou o caso, foi gravado quando ela estava “sob efeito de álcool e sentimental”.

Ela “ficou inclusive surpresa ao saber que estavam sendo procuradas pelas autoridades mexicanas”, acrescentou a autoridade.

Rodríguez Bucio explicou que sete das mulheres estão a cargo do Instituto Nacional de Migrações (INM), que já iniciou o processo de “retorno assistido” à Colômbia “por falsificarem a sua declaração de entrada no México como turistas e realizarem atividades remuneradas”.

Uma delas, identificada como Xiomara “N”, permanecerá no México por ter status de refugiada, acrescentou o responsável.

As oito estão alojadas em uma instalação do INM em Villahermosa, capital de Tabasco.

As mulheres colombianas entraram no México em datas diferentes, entre maio de 2022 e dezembro passado, e apenas duas têm estadia válida, informou o Governo.

Em meio à onda de migrantes que buscam chegar aos Estados Unidos através do México, há diversos casos de mulheres estrangeiras vítimas de tráfico sexual.

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