Os governos do México e da Venezuela assinaram um acordo para o retorno de migrantes venezuelanos que tentam chegar aos Estados Unidos, anunciou o Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira (21).

O convênio prevê uma ajuda de 110 dólares mensais (R$ 553,80 na cotação atual) durante seis meses e incentivos para encontrar emprego através de empresas mexicanas presentes na Venezuela, declarou a ministra Alicia Bárcena.

“Acabamos de assinar um acordo com […] o presidente Nicolás Maduro, chamado ‘Vuelta a la patria’ [Volte à pátria, em tradução livre]”, afirmou Bárcena na coletiva de imprensa habitual do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador.

“Estamos mandando venezuelanos de volta a seus países porque realmente não podemos lidar com essas quantidades”, acrescentou.

A chanceler reforçou ainda que o governo mexicano concordou em aplicar medidas de ajuda semelhantes às oferecidas em seus programas sociais.

“Damos a eles seis meses de auxílio, de 110 dólares por mês, que é uma maravilha para eles, e então há um incentivo para que retornem. Já conseguimos repatriar um número significativo de venezuelanos”, afirmou Bárcena, sem detalhar a quantidade de pessoas.

O acordo inclui parcerias com as empresas venezuelanas Polar e PDVSA, e com as mexicanas Bimbo e FEMSA, para oferecer emprego a quem retornar à Venezuela.

A chanceler recordou que o México possui acordos semelhantes com a Guatemala e Honduras, e que busca fazer o mesmo com a Colômbia e Equador.

O presidente López Obrador declarou na mesma coletiva que houve um aumento significativo no número de encontros de migrantes do Equador, Venezuela, Colômbia e Honduras na fronteira entre México e Estados Unidos.

Milhares deles atravessam o México todos os anos para chegar aos EUA, o que aumentou o fluxo e sobrecarregou as instalações de imigração mexicanas e os abrigos nas cidades fronteiriças do país.

A crise migratória se tornou um assunto delicado para o governo de Joe Biden, que buscará a reeleição nas eleições presidenciais americanas em novembro.

Em outubro, a administração do democrata chegou a um acordo com Maduro para a repatriação direta de venezuelanos ao seu país. No entanto, Caracas suspendeu os voos de retorno em protesto contra a reativação das sanções por Washington.

yug/axm/dg/yr/am