O Instituto Nacional Eleitoral (INE) do México iniciou nesta segunda-feira (23) o processo para realizar, em 1º de junho de 2025, a primeira eleição de juízes da Suprema Corte, uma votação única no mundo.

“O próximo 1º de junho de 2025 será um dos momentos mais transparentes e nítidos para nossa democracia”, declarou a presidente do INE, Guadalupe Taddei, durante a sessão.

A seleção de 7.000 magistrados, cerca de 1.600 federais, será realizada entre 2025 e 2027 entre candidatos propostos paritariamente pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

O INE instalou nesta segunda-feira um conselho geral para acompanhar os preparativos para a eleição extraordinária, conforme estipulado por uma polêmica reforma judicial promovida pelo presidente em fim de mandato, Andrés Manuel López Obrador.

A reforma constitucional foi promulgada em 16 de setembro após ser aprovada pela base governista, que domina amplamente o Congresso bicameral.

López Obrador argumenta que a eleição por voto direto de todos os juízes permitirá “limpar” a corrupção do Poder Judiciário e dará “exemplo” ao mundo.

O presidente, cuja popularidade supera 70%, acusa a Suprema Corte de favorecer políticos corruptos, o crime organizado e de ser a trincheira da oposição.

Em contrapartida, os Estados Unidos, principal parceiro comercial do México, afirmam que a reforma representa um “risco” para a democracia e “ameaça” o acordo de livre comércio T-MEC, pelo qual 83% das exportações mexicanas vão para aquele país.

Os críticos da reforma também apontam que o Judiciário pode perder sua independência e que os magistrados poderiam ser influenciados pelo crime organizado.

López Obrador deixará a presidência na próxima terça-feira, dia 1º de outubro, quando Claudia Sheinbaum, do mesmo partido e também apoiadora da reforma judicial, assumirá o cargo.

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