14/11/2024 - 9:20
Os métodos de guerra usados por Israel na Faixa de Gaza têm “as características de um genocídio”, afirmou nesta quinta-feira (14) um comitê especial das Nações Unidas encarregado de investigar as práticas israelenses.
O comitê destaca as “perdas massivas de civis e as condições impostas aos palestinos, que colocam intencionalmente as suas vidas em perigo”, em um relatório que engloba o período entre o ataque do Hamas em 7 de outubro até julho deste ano.
O documento será apresentado na segunda-feira (18) na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
“Com o cerco a Gaza, a obstrução da ajuda humanitária, os ataques seletivos e a morte de civis e trabalhadores humanitários, apesar dos apelos reiterados da ONU e evitando as ordens da Corte Internacional de Justiça e as resoluções do Conselho de Segurança (das Nações Unidas), Israel está intencionalmente causando morte, fome e ferimentos graves” à população de Gaza, afirma o relatório.
O comitê acusa Israel de “utilizar a fome como método de guerra” e de “infligir uma punição coletiva à população palestina”.
Um relatório apoiado pela ONU e divulgado no fim de semana passado alerta que o norte de Gaza está ameaçado por um cenário de fome iminente.
Em fevereiro deste ano, as forças israelenses utilizaram mais de 25.000 toneladas de explosivos em toda a Faixa de Gaza, “o equivalente a duas bombas nucleares”, indica o relatório, que parece aludir ao impacto da bomba lançada pelos Estados Unidos em Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial.
“Israel criou uma combinação letal de crises que provocará um dano grave às gerações futuras” no território palestino, afirma o comitê.
A guerra em Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamitas mataram 1.206 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel e sequestraram 251, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Dos 251 capturados, quase 100 permanecem em cativeiro no território palestino, mas 34 foram declarados mortos pelo Exército.
A campanha militar israelense de retaliação deixou mais de 43.700 mortos em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
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