Metanol: SP tem 10 casos de contaminação confirmados e 6 bares interditados

Agentes da vigilância sanitária apreendem bebidas por suspeita de contaminação com metanol
Agentes da vigilância sanitária apreendem bebidas por suspeita de contaminação com metanol Foto: Pablo Jacob/Governo de São Paulo

A Secretaria estadual da Saúde de São Paulo declarou nesta quarta-feira, 1º, que há 10 casos confirmados de contaminação por metanol no estadouma morte causada pela intoxicação.

Um gabinete de crise foi instaurado na terça-feira, 30, para investigar a origem da adulteração de bebidas alcoólicas. Desde então, seis estabelecimentos foram interditados pelas Vigilâncias Sanitárias estadual e municipal e 178 mil garrafas foram apreendidas em bares e distribuidoras suspeitos.

As ações de interdição e apreensão de substâncias ocorreram nos bairros de Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca, na capital paulista, e nas cidades de São Bernardo do Campo e Barueri. Conforme apuração da IstoÉ, o bar interditado nos Jardins foi o “Ministrão“; na Mooca, o “Torres” teve o funcionamento suspenso pelas autoridades.

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As vítimas do metanol em SP

Além do óbito confirmado por intoxicação com metanol, outras cinco mortes são investigadas sob suspeita de ingestão da substância. Fora do estado, três mortes são investigadas em Pernambuco pela mesma razão.

Ao todo, 37 casos foram notificados por suspeita de intoxicação com metanol em São Paulo até esta quarta, segundo a Secretaria da Saúde. Além dos 10 casos confirmados, há 27 em investigação, número que inclui os cinco óbitos. As investigações estão centralizadas na hipótese de adulteração de bebidas.

“Há de fato um problema estrutural que não é só do estado de São Paulo, é do Brasil. Temos que pensar em como fazer a fiscalização e diminuir a incidência dessas bebidas adulteradas, clandestinas”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar os casos de intoxicação.No momento, as ocorrências estão concentradas em São Paulo, mas tudo indica que há uma distribuição para além do estado“, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Cenário de crise

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou o cenário como “anormal” e recomendou que a população não consuma bebidas destiladas até a regularização da situação. Os casos registrados de contaminação ocorreram após o consumo de vodka, gin e whisky.

Os órgãos de vigilância sanitária recomendam a bares, empresas e demais estabelecimentos que comercializam bebidas que redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos. Aos consumidores, a orientação é para não adquirir substâncias sem rótulo, lacre de segurança e selo fiscal até a resolução dos casos.

Em entrevista à IstoÉo ex-Secretário Nacional do Consumidor e ex-Presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Arthur Rollo, afirmou que “todo tipo de estabelecimento oferece um risco ao consumidor” durante a crise do metanol.

“O consumidor não tem qualificação para identificar se os lacres ou selos de conformidade estão adulterados. Enquanto isso não estiver devidamente verificado, os consumidores não estão seguros, seja para comprar em um supermercado, adega, bar ou restaurante”, disse.