Metanol na bebida: São Paulo tem 2ª morte confirmada e outras 7 em investigação

Metanol
Fiscalização de bebidas em estabelecimento no bairro Itaim Bibi, em São Paulo Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP

A Secretaria estadual da Saúde de São Paulo confirmou neste sábado, 4º, a segunda morte causada pela ingestão de bebida alcoólica contaminada com metanol.

Ao todo, são 14 casos de ingestão da substância confirmados no estado, com dois óbitos; outras sete mortes e um total de 148 episódios estão sob investigação, segundo o órgão.

No Brasil, são 127 casos suspeitos e 11 confirmados de intoxicação por metanol, de acordo com o Ministério da Saúde. A pasta anunciou a compra de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2.500 doses para o tratamento de Fomepizol, antítodos para a intoxicação.

Em São Paulo, uma força-tarefa foi instituída para gerir a situação, que se agravou na última semana. Desde então, 41 pessoas foram presas, 11 estabelecimentos foram interditados pelos órgãos de Vigilância Sanitária e 6.900 garrafas foram apreendidas em bares e distribuidoras suspeitos.

A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar os casos, com a hipótese mais provável de adulteração criminosa de bebidas.

+O impacto do escândalo do metanol no setor de bares e na reputação de marcas

A crise do metanol

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou o cenário como “anormal” e recomendou que a população não consuma bebidas alcoólicas até a regularização da situação. Os casos registrados de contaminação ocorreram após o consumo de vodka, gin e whisky.

Os órgãos de vigilância sanitária recomendam a bares, empresas e demais estabelecimentos que comercializam bebidas que redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos. Aos consumidores, a orientação é para não adquirir substâncias sem rótulo, lacre de segurança e selo fiscal até a resolução dos casos.

Em entrevista à IstoÉo ex-Secretário Nacional do Consumidor e ex-Presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Arthur Rollo, afirmou que “todo tipo de estabelecimento oferece um risco ao consumidor” durante a crise do metanol.

“O consumidor não tem qualificação para identificar se os lacres ou selos de conformidade estão adulterados. Enquanto isso não estiver devidamente verificado, os consumidores não estão seguros, seja para comprar em um supermercado, adega, bar ou restaurante”disse.

gerente médico do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, Luis Penna, recomendou a interrupção no consumo de destilados também para evitar o aumento no número de atendimentos hospitalares e internações. Segundo o médico, a agilidade na identificação e tratamento é fundamental para tratar a intoxicação.