O governo de São Paulo realizou na manhã desta terça-feira, 30, uma força-tarefa para investigar três bares e adegas nas regiões do Jardins e da Mooca, na capital paulista, por suspeita de comercializar bebidas que causaram intoxicações por metanol.
Nos últimos dias, 10 casos de intoxicação estão sob investigação por possível consumo de bebidas alcóolicas adulteradas. Três mortes foram registradas, duas na cidade de São Paulo e outra em São Bernardo do Campo.
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Na força-tarefa, 117 garrafas de bebidas sem rótulos e comprovação de procedência foram apreendidas e encaminhadas à perícia da Polícia Técnico-Científica. Dois estabelecimentos foram autuados por irregularidades sanitárias, segundo o govenro.
A vigilância sanitária recomenda que bares, empresas e demais estabelecimentos que comercializam bebidas redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos e que os consumidores não adquiram substâncias sem rótulo, lacre de segurança e selo fiscal até a resolução dos casos.

Casos em cidades de São Paulo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol
Metanol usado na adulteração pode estar ligado ao PCC
O Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria envolvido nos casos de intoxicação por bebidas adulteradas, segundo a ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação). Por meio de nota, a associação disse suspeitar que o metanol usado para adulterar as bebidas pode ser o mesmo importado ilegalmente pela facção para misturar aos combustíveis.
Há um mês, a Operação Carbono contra o crime organizado constatou o uso de combustível adulterado em postos alvos. Os estabelecimentos usavam 90% de metanol – o máximo permitido é de 0,5% da substância na gasolina e no álcool.
Para a associação, o fechamento dessas formuladoras de combustível “diretamente ligadas ao crime organizado” pode ter relação com essa onda de intoxicações e envenenamentos de consumidores. Investigações do Ministério Público de São Paulo apontam que o PCC importa o metanol de maneira fraudulenta com essa finalidade.
A ABCF destacou que os parceiros da facção podem “eventualmente ter revendido tal metanol para destilarias clandestinas e quadrilhas de falsificadores de bebidas, auferindo lucros milionários em detrimento da saúde dos consumidores”.